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09/Nov/2022

Custos de produção avançaram no Brasil em 2022

De acordo com estudo realizado no âmbito do projeto Campo Futuro, que está em sua 15ª edição e é coordenado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), uma pesquisa que levantou custos de 11 atividades agropecuárias em mais de 116 municípios de 21 Estados mostra que produzir alimentos ficou mais caro no País em 2022. Fertilizantes sofreram o aumento mais expressivo. O fosfato monoamônico (MAP), a ureia e o cloreto de potássio (KCl) estão, respectivamente, 71%, 94% e 125% mais caros do que no ano passado. Outros insumos agrícolas, como os agrotóxicos, também tiveram alta. Hoje, o glifosato custa 45% a mais.

A pesquisa fez uma série de levantamentos sobre os custos da produção rural no País. Os números comparam o preço médio dos insumos entre janeiro e setembro deste ano em relação a igual período de 2021. Entre as atividades agrícolas, na média, o maior incremento foi no trigo, cuja produção ficou 58% mais cara, seguido da 2ª safra do milho (56,7%) e da cana-de-açúcar (46%). Em algumas lavouras, os aumentos foram puxados pelo preço dos fertilizantes. Os custos com aditivos químicos cresceram sobretudo no cultivo do arroz (80%) e do feijão (50%). A guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe instabilidade ao mercado de insumos, o que inflacionou os valores.

Segundo dados do Ministério da Economia, 23% dos fertilizantes importados pelo Brasil são provenientes da Rússia. Esses aumentos foram calculados ao se estimar o custo operacional efetivo (COE) dessas atividades, índice que inclui todos os gastos do produtor rural, como fertilizantes, defensivos, operações mecânicas ou comercialização agrícola. O estudo também mostra que o incremento acumulado no valor do diesel (44%) ao longo do último ano influenciou as altas. No total, o Campo Futuro analisou seis grupos de atividades agrícolas: hortaliças; cereais, fibras e oleaginosas; frutas; café; cana-de-açúcar e silvicultura.

O estudo também avaliou a inflação nos custos pecuários do País em cinco atividades: pecuária de corte, de leite, aquicultura, avicultura e suinocultura. As altas nos insumos agrícolas encareceram a produção de forrageiras e os gastos com alimentação animal. Na produção leiteira, esses desembolsos com nutrição comprometeram quase metade da receita gerada com a venda do leite. Em sistemas intensivos, o valor gasto chegou a 69%, com a compra de ração comprometendo até 35% da receita gerada por litro. O cenário, no entanto, foi mais grave na suinocultura independente: a ração representou 84% dos custos. Em sistemas de produção integrados, foram constatados prejuízos na maioria das propriedades típicas analisadas na criação de aves e suínos.

No caso dos sistemas pecuários de recria e engorda, enquanto os gastos com a produção aumentaram, a aquisição de animais ocupou 74% dos custos operacionais e o preço da arroba comercializada decresceu 9,7%. Entre os modelos de cria, o valor médio de venda do bezerro caiu 11,4% nos valores acumulados. O projeto Campo Futuro é uma promoção da CNA em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e o Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege), ambos da Esalq/USP, a Labor Rural, da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras (UFL). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.