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09/Nov/2022

Brasil: ainda não é possível ter fundo 100% “verde”

Segundo o BNP Paribas Asset Management, ainda não é possível, no Brasil, que um fundo tenha 100% de sua carteira investida em títulos verdes. O potencial do Brasil, contudo, é bastante grande seja pelo potencial de crescimento dos negócios no Brasil em energias renováveis, inclusive, em hidrogênio verde, que está sendo demandada por países europeus como Bélgica, Holanda e Alemanha, quanto em saneamento, em razão do marco regulatório. A gestora do BNP no Brasil tem R$ 90 bilhões sob gestão. Um dos fundos é focado em debêntures incentivadas. Cerca de 80% da carteira está alocada em títulos do setor de energia renovável. O potencial nessa área no Brasil é gigante.

Além da demanda internacional por hidrogênio verde e do crescimento somado ao barateamento das energias eólica e solar, o País também pode assistir à entrada dos investidores institucionais nesse segmento caso um projeto de lei seja aprovado. O Projeto de Lei das Debêntures de Infraestrutura (PL 2.646/2020) tramita no Senado Federal. Há expectativa de ser apreciado ainda neste ano ou início do ano que vem. A debênture incentivada isenta a pessoa física de pagamento de imposto de renda. O outro fundo é mais generalista, investe em quaisquer títulos de empresas que atendem a critérios do Acordo de Paris e tem posições em letras financeiras verdes.

A estratégia com cerca de R$ 1,5 bilhão em patrimônio investe, porém, uma parcela minoritária do patrimônio em títulos verdes, porque ainda faltam opções. Diferentemente da Europa, ainda não é possível no Brasil ter 100% de um fundo em títulos verdes. A escolha dos ativos é feita através de uma metodologia usada globalmente pelo BNP Paribas. A divergência entre agências sobre classificação ESG e de rating de risco é muito grande. Isso acontece por alguns motivos, como a subjetividade das questões sociais (o S de ESG) e do que é considerado material para cada empresa e setor por cada um dos classificadores.

O BNP começou a desenvolver sua própria metodologia há cerca de duas décadas e conta hoje com 35 analistas dedicados à análise ESG. A análise ESG exige equipe, tempo e maturidade para ser bem feita. Há disparidade entre o Brasil e outros mercados na classificação dos fundos sob os rótulos IS (Investimento Sustentável) e integrado ESG. Essas duas classificações foram lançadas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) neste ano no Brasil depois de discutidas no grupo consultivo de sustentabilidade da associação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.