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09/Nov/2022

Novo governo busca aproximação com ruralistas

Aliados do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ligados ao agronegócio buscam aproximação com a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), a chamada bancada ruralista. O movimento é articulado pelo empresário de sementes de soja Carlos Ernesto Augustin e pelo deputado federal e ex-ministro da Agricultura do governo Dilma Neri Geller (PP-MT), que é vice-presidente da FPA. Ambos formaram o núcleo de interlocução da então chapa Lula/Alckmin com o setor produtivo desde janeiro deste ano. Houve uma conversa pontual na última semana entre Geller e as lideranças da FPA, incluindo o presidente da frente, deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), entre outros diretores da bancada, como o deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), Zé Vitor (PL-MG) e Zé Silva (Solidariedade-MG). Contudo, a reunião ocorreu discretamente nos bastidores já que o encontro oficial da FPA foi desmarcado, em virtude dos bloqueios nas rodovias por manifestantes bolsonaristas e, consequentemente, baixo quórum de parlamentares.

Foi uma reunião rápida e amistosa. Há expectativa de que o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), compareça a um grande evento da FPA com lideranças do Executivo e do Legislativo para traçar perspectivas para 2023 no dia 22 de novembro. Apesar da FPA ter apoiado publicamente a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, não deve haver nenhum imbróglio na articulação com a bancada. O clima com deputados é muito bom e de tranquilidade. Como são pragmáticos, assim que o resultado foi definido, a mensagem é trabalhar e ver onde há alinhamento. A mensagem que irão transmitir como interlocutores do novo governo é de cooperação, pacificação e proatividade. A FPA é uma bancada pragmática, de defesa do agro. A FPA vai continuar com esse posicionamento e não haverá atrito ou falta de diálogo ou de cooperação com o governo em assuntos do setor, avaliou Augustin, que foi um dos fundadores do Instituto Pensar Agro (IPA), que presta suporte técnico à FPA.

Augustin reconhece que não há alinhamento ideológico entre a maioria da bancada e o novo governo, mas argumenta que o pragmatismo prevalecerá sobre qualquer rusga de partido ou ideologia. Quando chega na hora das pautas que interessam ao setor, o senso prático prevalece. A união da FPA se dá em torno de temas e não de partidos e, por isso, é uma das mais influentes do Congresso. Há projetos importantes para o setor como lei dos defensivos, da regularização fundiária, do licenciamento ambiental e do autocontrole que terão de ser trabalhados pela bancada, independentemente de estar ou não aliada ao novo governo. O mesmo tom de conciliação ainda não veio oficialmente da FPA. A bancada ruralista vai avaliar conjuntamente com seus 280 membros como será a sua articulação com o novo governo eleito e seu posicionamento na transição. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.