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08/Nov/2022

Agronegócio está articulando indicação ao MAPA

Representantes e lideranças do agronegócio articulam um movimento em prol do nome do senador Carlos Fávaro (PSD-MT) para futuro ministro da Agricultura. Pelo menos três entidades, ligadas ao setor de algodão e à cadeia de biodiesel, estariam envolvidas nessa articulação. Um documento de endosso ao nome de Fávaro está sendo preparado por algumas entidades e deve ser divulgado nos próximos dias. No momento, elas buscam "encorpar" as assinaturas. Internamente, dentro do comando do novo governo, Fávaro é favorito para o comando do Ministério da Agricultura. Fávaro foi o coordenador de assuntos relacionados ao agro da campanha Lula/Alckmin, com interlocução direta com o coordenador do programa de governo do PT, o ex-ministro Aloizio Mercadante. Foi responsável pela elaboração de um plano de governo voltado à agricultura para a campanha e intermediou encontros da chapa Lula/Alckmin com entidades do setor produtivo.

Também coordenou a campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Mato Grosso e renunciou à candidatura ao governo do Estado a pedido do PT. É um dos nomes de peso do PSD que buscam trazer o partido para a base do governo. Possui também experiência no Executivo, já que foi vice-governador de Mato Grosso, de 2015 a 2018. O senador tem forte ligação com o agronegócio porque, além de ser produtor rural, foi presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). No Congresso, é atuante em pautas ligadas ao setor, apesar de não compor a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Atualmente, é relator do projeto de lei do novo marco da regularização fundiária, defendido pelo setor produtivo. Ele deve se reunir nesta terça-feira (08/11) com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), que coordena a transição de governo, juntamente com o deputado federal Neri Geller (PP-MT) e com o empresário de sementes de soja Carlos Augustin.

Este último deve compor o comitê de transição na área da agricultura. Os três formaram o núcleo de aproximação da chapa Lula/Alckmin com o agro. A expectativa é de que nessa reunião sejam discutidos os possíveis nomes para o comando do Ministério da Agricultura. Aliados de Alckmin dizem que o futuro ministro "estará na sala". "Ao ser parabenizado por eles, o ex-governador disse que precisava da ajuda deles para tocar o governo. Fávaro é o favorito pelo bom trânsito com os partidos aliados, com a bancada ruralista, com o novo governo e com o setor. Mercadante também já deu sinais e teceu comentários a favor de Fávaro. Há, contudo, dois impasses para eventual nomeação de Fávaro. Um deles seria o fato de que sua suplente, a empresária Margareth Buzetti (PP-MT), é considerada "bolsonarista" pelos aliados de Lula e Alckmin, o que seria um entrave à necessidade do novo governo de fortalecer sua base no Congresso.

Ela poderia trazer problemas para o governo em pautas importantes e com um Senado de direita. A saída de aliados traz um risco para o governo. Uma das possibilidades aventadas para contornar o mal-estar seria o afastamento de Fávaro do ministério em votações que forem consideradas importantes para o governo, como fez a ex-ministra Tereza Cristina, quando assumiu seu cargo na Câmara dos Deputados a favor do governo. Outra possibilidade, que estaria sendo gestada junto à empresária, seria sua troca de partido. O segundo impasse ao nome de Fávaro é o fato de que o senador possui mandato até 2027. Além do risco de esvaziamento de parlamentares aliados no Congresso, o PT teme ter dificuldades em acomodar aliados não eleitos. Lula vai precisar incluir no seu governo os senadores Jean Paul (PT-RN), Simone Tebet (MDB-MS) e Kátia Abreu (PP-TO), que não se elegeram e perdem o mandato em 2023, e Fernando Haddad (PT-SP).

Não há espaço para dar cargo a quem já possui espaço no governo ou ainda tem mandato. Fávaro afirmou que não recebeu nenhum convite e que seu grupo está à disposição para contribuir com o governo. Em entrevista recente, como coordenador de assuntos relacionados ao agro da então campanha Lula/Alckmin, o senador afirmou que o Ministério da Agricultura terá espaço e papel relevantes, no governo Lula, como uma pasta responsável por uma ponta de crescimento do País. O presidente Lula conhece a força econômica, de trabalho e a tecnologia empregada no agro brasileiro. Esse reconhecimento mostra a dimensão que a pasta terá. No seu governo, nenhum ministério será tratado como ministério de segunda linha, afirmou, na ocasião. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.