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01/Nov/2022

Dólar recua com o alívio das tensões após eleições

O dólar despencou nesta segunda-feira (31/10) e encerrou na casa de R$ 5,16, com relatos de desmonte de posições cambiais defensivas por investidores locais e entrada de fluxo estrangeiro. Segundo analistas, o mercado incorpora à taxa de câmbio a redução do risco político-institucional, em razão da falta de espaço para contestação do resultado da eleição pelo presidente Jair Bolsonaro, e a perspectiva de que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, mostre que vai adotar uma política econômica moderada com a montagem equipe de transição. Esse movimento de apreciação do Real não veio, contudo, sem sobressaltos. Na abertura dos negócios, como previsto, o dólar esboçou uma alta mais forte e chegou a tocar o patamar de R$ 5,40. A valorização da moeda norte-americana no exterior em relação a pares fortes e divisas emergentes, na esteira da leitura ruim de inflação na Europa e indicadores de atividade abaixo do esperado na China, contribuía para pressionar a taxa de câmbio.

O dólar perdeu força no mercado doméstico à medida que surgiam sinais vindos do QG de Lula, em especial a possível indicação do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para comandar a equipe de transição de governo. Operadores notavam também influência de fatores técnicos com a disputa pela formação da última taxa Ptax de outubro e rolagem de posições no mercado futuro. Já abaixo da linha de R$ 5,20, o dólar renovou mínimas assim que surgiram relatos de que o presidente Jair Bolsonaro se manifestaria para reconhecer a derrota nas urnas. Com oscilação de cerca de R$ 0,25 entre a máxima (R$ 5,40) e a mínima (R$ 5,15), o dólar encerrou a sessão em baixa de 2,54%, cotado a R$ 5,16, o menor valor de fechamento desde 21 de outubro. A moeda fechou outubro com desvalorização de 4,24%. Para a JF Trust, além das dúvidas sobre o rumo da política econômica em um governo Lula, os preços dos ativos locais refletiam o risco institucional, dada a possibilidade de que Bolsonaro contestasse o resultado eleitoral.

A movimentação política interna e o reconhecimento da vitória de líderes internacionais diminuíram o espaço para contestação. Apesar de ainda ser necessário esperar pelo que o Bolsonaro vai dizer, existe uma diminuição do risco institucional. A reação natural do mercado é promover essa correção. O dólar operou descolado do comportamento global na semana passada. Agora, está mais alinhado a níveis convergentes com a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de que pode desacelerar o ritmo de alta de juros a partir de dezembro. Embora deva haver mudanças na política econômica, dada a fé de economistas alinhados do PT no papel da expansão dos gastos públicos para o crescimento econômico, não se espera uma guinada radical rumo à heterodoxia. A sensação é de que não vai ter nenhuma “maluquice”. Existe memória do primeiro governo Lula, com bons nomes de equipe econômica, e possibilidade de nova âncora fiscal para substituir o teto de gastos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.