01/Nov/2022

Segundo levantamento do Ministério da Agricultura, os produtores rurais de Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás e Bahia lideraram a aplicação dos recursos do Programa para a Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Programa ABC+) nas duas últimas safras. Mato Grosso aparece em primeiro lugar, com R$ 359 milhões aplicados na temporada 2020/2021 e R$ 567,7 milhões em 2021/2022. Em Minas Gerais, foram acessados R$ 310,7 milhões e R$ 494 milhões, respectivamente. No Rio Grande do Sul, os contratos chegaram a R$ 202,8 milhões na temporada 2020/2021 e a R$ 316,5 milhões no ciclo seguinte. Os produtores de Goiás acessaram R$ 208,9 milhões na safra 2020/2021 e R$ 326,1 milhões em 2021/2022.

Na Bahia, as contratações foram de 188 milhões e R$ 367,8 milhões nos dois períodos. Em todo o Brasil, foram acessados R$ 2,1 bilhões na safra 2020/2021 e R$ 3,4 bilhões na temporada 2021/2022. O programa financia investimentos sustentáveis, como a recuperação de pastagens degradadas, a implantação de sistemas de integração lavoura, pecuária e florestas, o plantio direto e a adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais. O número de contratos é relativamente baixo. Foram 3,8 mil e 4,4 mil nas duas últimas temporadas. A modalidade mais acessada pelos produtores rurais no ABC+ foi a contratação de serviços técnicos, com R$ 1,2 bilhão no ciclo 2020/21 e R$ 2,3 bilhões na temporada seguinte.

Os recursos, geralmente, são aplicados na elaboração de projeto técnico e georreferenciamento das propriedades rurais, para pagamento, inclusive, de despesas técnicas e administrativas relacionadas ao processo de regularização ambiental. Na sequência aparecem as linhas para recuperação de pastagens, com R$ 458 milhões e R$ 468 milhões, respectivamente. Também estão na lista a formação de culturas perenes, aquisição de animais e reflorestamento. Os recursos destinados ao ABC+ têm aumentado nos últimos anos: saltaram de R$ 1,5 bilhão na safra 2017/2018 para R$ 3,4 bilhões no ciclo 2021/2022. Nesta temporada 2022/2023, o programa terá quase R$ 6,2 bilhões, aumento de 22,5% na disponibilidade.

As taxas de juros são de 7% ao ano para ações de recomposição de reserva legal e áreas de proteção permanente e de 8,5% para as demais categorias. Entre os meses de julho e setembro deste ano, os produtores já contrataram R$ 2,5 bilhões para 2,1 mil contratos. Só em Mato Grosso, foram acessados R$ 533,6 milhões. Já em Minas Gerais foram liberados R$ 512,6 milhões. A Região Centro-Oeste lidera as contratações desta safra, com R$ 965,6 milhões de julho a setembro deste ano. A Região Sudeste aparece na sequência, com R$ 779,4 milhões acessados. Com a demanda aquecida, várias linhas do ABC+ foram suspensas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por falta de recursos equalizados. Continua aberto o protocolo para o ABC+ Ambiental. Banco do Brasil, Caixa e Sicredi também têm limites equalizáveis do ABC+ nesta safra. Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.