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01/Nov/2022

Lula: mercado aguarda sinais de equipe econômica

Após a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial no domingo (30/10), o mercado deve voltar as atenções para a política econômica do próximo governo. As sinalizações sobre o tema podem balizar as reações de preços de ativos e expectativas ao longo dos próximos dias. No geral, os analistas veem três pontos de foco para a discussão. Em primeiro lugar, o nome do próximo ministro da Fazenda, que deve servir como fiador da credibilidade de uma política econômica. Além disso, os sinais sobre a política fiscal (em especial, do tamanho do waiver para despesas além do teto dos gastos) e a proposta de nova âncora das contas públicas devem ficar no radar. Os nomes da equipe econômica são a principal questão que será acompanhada pelo mercado nos próximos dias. Se indicar um ministro pró-mercado e sinalizar uma política fiscal responsável, o novo governo teria a chance de retirar a incerteza do cenário e garantir um quadro de expectativas mais positivas do mercado.

Neste quadro, o cenário mais provável é que Lula apresente o chefe da sua equipe econômica nos próximos dias. Para quem é eleito, não vale hesitar. Nesse sentido, o ministro da Fazenda deverá ser anunciado em breve. Assim, o cenário fica um pouco mais concreto. Em termos de política econômica, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer perto de 3,0% este ano, em um cenário de queda do desemprego e desaceleração da inflação. Por isso, o não há motivo para defender uma agenda de aumento de gastos, mas é praticamente certo um waiver da ordem de R$ 55 bilhões para manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600,00 no ano que vem. A Mauá Investimentos considera que é provável o anúncio do ministro da Fazenda nesta semana. Embora a vitória de Lula possa causar um impacto negativo no mercado no curto prazo, um ministro da Fazenda pró-mercado poderia reverter o quadro. A ASA Investments nota que a tolerância do mercado a um waiver de mais de R$ 100 bilhões para 2023 passa pelo anúncio.

O ministro da Fazenda vai ser o grande fiador da credibilidade da política fiscal. O mercado vai aguardar ao menos um esboço da regra fiscal que será defendida pelo novo governo e deve exigir do presidente um compromisso mais concreto com as contas públicas do que o que foi manifestado no dia 27 de outubro, na Carta para o Brasil do Amanhã. O documento é classificado como "frágil", por vincular responsabilidade fiscal a mais gastos. A MB Associados espera o anúncio do ministro ao longo de novembro. Há duas opções para o cargo: a de um nome técnico, mais ligado ao mercado; ou de um nome político. A adoção de um nome técnico, como o do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, poderia dar ao governo a credibilidade necessária. Meirelles reúne credibilidade para adotar medidas econômicas que atendem as demandas sociais de Lula com responsabilidade fiscal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.