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31/Out/2022

Dólar em baixa com ajustes técnicos de final de mês

Após tocar o nível de R$ 5,38 já na abertura do pregão e trabalhar em alta firme, o dólar perdeu fôlego e, com um tombo na reta final dos negócios, encerrou a sessão de sexta-feira (28/10) em baixa de 0,12%, cotado a R$ 5,30 (mínima do dia). Com valorização em três dos últimos cinco pregões, o dólar fechou a semana no mercado doméstico de câmbio com ganhos de 2,96%, o que faz do Real a moeda de pior desempenho divisas de emergentes no período. Segundo operadores, a formação da taxa de câmbio no mercado à vista foi muito influenciada pelo tombo da divisa no mercado futuro, em razão de fatores técnicos típicos de encerramento de mês.

Às vésperas da formação da última Ptax de outubro e da rolagem de posições, na segunda-feira (31/10), o contrato de dólar futuro para novembro, principal termômetro do apetite por negócios, teve giro forte, acima de US$ 18 bilhões. O Instituto Finanças internacionais (IIF) observa que está é a primeira semana em 2022 na qual o Real apresenta performance inferior à de seus pares. Com as pesquisas eleitorais apertadas, os mercados começam a se preocupar com o risco de transição e de contestação do resultado. Foi colocado o prêmio de risco eleitoral ao redor de 10%. Portanto, com um resultado ordeiro, o dólar pode vir bem abaixo dos R$ 5,00.

Há rachaduras dentro da campanha de Jair Bolsonaro, cuja última cartada para minar a credibilidade do pleito foi o caso das inserções de propaganda nas rádios, frente de batalha que já abandonada pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, teria sugerido postergação das eleições. Mas, a ideia encontra forte resistência no Centrão, que teme ser associado à defesa de um golpe ou à tática para vencer no "tapetão". As principais pesquisas de intenção de voto mostram liderança apertada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou quadro de empate técnico entre os candidatos.

O mercado foi muito contaminado na semana passada pela expectativa em torno das eleições. A visão é otimista para ativos domésticos e, com a perspectiva de prolongamento de juro real alto (após a decisão do Copom no dia 26 de outubro) e a possibilidade de preços de commodities elevados em razão da guerra da Ucrânia, pode haver um retorno do fluxo estrangeiro após as eleições. O Real tende a ganhar com o juro real alto por tempo prolongado e crescimento econômico melhor que de outros emergentes. Por enquanto, com o impasse fiscal, uma faixa de dólar entre R$ 5,20 e R$ 5,40 ainda é saudável. Mais do que o comportamento da moeda norte-americana no exterior, o que vai ditar a formação da taxa de câmbio são os sinais sobre a política fiscal.

No exterior, houve também uma desaceleração dos ganhos do dólar frente a pares fortes, com o índice DXY, que chegou a atingir máxima acima dos 111,000 pontos, operando entre leve alta, ao redor dos 110,600 pontos. Indicadores de inflação e gastos ao consumo nos Estados Unidos vieram em linha com o esperado. A maioria de divisas emergentes e de exportadores de commodities perdeu fôlego, em meio ao avanço das taxas dos Treasuries. As cotações do petróleo caíram mais de 1%, com o tipo Brent para janeiro, referência para a Petrobras, em baixa de 1,33%, a US$ 93,77 por barril. As cotações do minério de ferro também recuaram com preocupações sobre a demanda chinesa, na esteira de medidas restritivas para combater a Covid-19. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.