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31/Out/2022

Brasil: incertezas mantêm a taxa de juros elevada

Juros altos continuarão freando o consumo, o investimento produtivo e o crescimento econômico no Brasil, até o Banco Central (BC) detectar sinais mais claros de inflação sob controle. Num cenário de muita incerteza, o Comitê de Política Monetária (Copom), anunciou a manutenção da taxa básica de juros em 13,75%. Decisão semelhante havia sido formalizada na reunião anterior do Comitê, um mês e meio antes. Apesar da queda recente, a inflação ao consumidor continua elevada, segundo nota distribuída pouco depois da reunião. O aumento de preços continuará perdendo impulso, segundo projeções do Banco Central e do setor financeiro, mas o entorno da meta só deve ser atingido em 2024.

Os juros até poderão cair nos próximos meses, mas continuarão elevados. O aperto do crédito permanecerá, portanto, no primeiro ano do novo mandato presidencial, e talvez até no segundo, se as incertezas e pressões inflacionárias persistirem. Insegurança sobre a evolução das contas públicas é um dos fatores de inquietação. Já mencionado em manifestações anteriores do Copom, esse fator se torna especialmente importante neste momento. Contas públicas desarrumadas e sem perspectiva clara de ajuste são com frequência importante fator inflacionário. Gastos públicos em excesso podem animar os negócios e favorecer o crescimento, por algum tempo, mas o resultado final é normalmente uma onda mais forte de aumentos de preços. As incertezas internas bastariam para justificar a cautela do Copom.

Mas, há também o quadro externo, com pressões inflacionárias e crescente aperto financeiro. O cenário internacional é especialmente preocupante para os emergentes. Tanto pelo risco inflacionário quanto pela alta de juros nas maiores economias, convém ao Brasil manter uma gestão monetária restritiva. Com o mercado de capitais tão sensível às condições dos principais centros financeiros, seria arriscado afrouxar a política de juros. Se for necessário, adverte o Copom, um novo aumento poderá ocorrer. Tranquilizar o Copom deverá ser, espera-se, uma das prioridades do presidente eleito. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.