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31/Out/2022

O agronegócio brasileiro e o mercado de carbono

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, a imagem do agro brasileiro no mundo está sendo fortalecida com a criação do mercado nacional regular de créditos de carbono. Nesse sentido, o setor está deixando de ser alvo de críticas que o classificam como “vilão” do meio ambiente, para assumir o status de país redutor das emissões de CO², com potencial para absorver o carbono da atmosfera e transformá-lo em ativo ambiental. O ministro afirmou que o Brasil é o único país no mundo que tem o agro no mercado de carbono. A utilização do carbono no processo de reestruturação dos solos, com fixação de matéria orgânica, além de melhorar a produtividade no campo, está fazendo com que a agricultura convencional brasileira seja a mais regenerativa do mundo, e com a garantia de preservação ambiental. A agricultura pode ser responsável por absorver cerca de 40% dos gases do efeito estufa na atmosfera, aumentando a produtividade.

Outros países, ao perceberem esse processo, começam a se interessar pela compra de créditos de carbono, afirmou Leite, lembrando que em um futuro próximo até mesmo os veículos poderão absorver carbono. Hoje, já existe tecnologia que transforma em hidrogênio o etanol que abastece os veículos. Esse hidrogênio, por sua vez, vai gerar energia que, ao entrar em contato com o oxigênio, transmite eletricidade para os motores. O ministro destacou sua preocupação em mostrar “o Brasil das energias verdes” na COP-27 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro, no Egito). Ele ressaltou que o governo decidiu mudar a forma de trabalhar a questão ambiental, saindo de um modelo baseado em “multar e achar culpados”, para uma atuação efetiva junto ao setor privado, a fim de criar uma nova economia verde onde a agricultura está inserida. Nesse contexto, lembrou dos recentes avanços nos setores de energia eólica, solar e da biomassa. O Brasil pode ser exportador de energia verde, e o crédito de carbono pode complementar esse processo, trazendo a viabilidade econômica imediata.

A Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) comentou sobre a iniciativa do governo do Rio de Janeiro em implementar uma plataforma para a negociação de ativos de carbono, que poderá trazer muitos recursos para o Brasil, e falou sobre a necessidade de se combater as fake news ambientais. O desafio é mostrar ao mundo que a agricultura preserva o meio ambiente. Há muitas pessoas que gostam de detratar o Brasil no exterior. O País tem um futuro muito promissor do agro casado com o meio ambiente. O ministro Joaquim Leite, por sua vez, ressaltou a proximidade da SNA com as pautas ambientais e propôs a inclusão de startups verdes no âmbito do novo Hub de agtechs e edutechs que a SNA lançará no dia 10 de novembro. Tudo que se faz na agricultura, se for bem mensurado, poderá gerar ativo ambiental. Hoje, não se produz nada no País se alguém não estiver cuidando da floresta, e isso é algo único no mundo. É preciso fazer desse aspecto um diferencial. Para o ministro, a tecnologia é o que garante a produção no cenário ambiental. Trazer um adicional de mata nativa de cada bioma para a produção agrícola vai fazer com que o consumidor tenha a consciência de que está comprando do Brasil porque o País protege as florestas.

O Brasil precisa mostrar no exterior a origem dos produtos. Nesse sentido, é a empresa brasileira que vai mostrar no exterior que o Brasil é verde e agrosustentável. O ministro disse ainda que, por meio de leis, decretos e portarias, o financiamento climático também chegará ao setor privado. Foi aberta a política do governo federal para o financiamento climático de usinas de biogás e biometano e investimentos em hidrogênio verde, energias renováveis e renovação de frota. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) pontuou que existe má vontade internacional quanto à possibilidade de o Brasil se tornar o protagonista mundial do agronegócio. O Brasil precisa se impor, mas obedecendo certos critérios de preservação para não criar dificuldades na área ambiental. Na área de padronização e normatização, a ISO Brasil, entidade integrante da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), propôs à ISO internacional a criação de uma medida-padrão para o desmatamento. Fonte: SNA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.