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28/Out/2022

Ritmo de melhora no mercado de trabalho desacelera

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira (27/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 8,7% no trimestre encerrado em setembro. Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,6%. No trimestre encerrado em agosto de 2022, a taxa de desocupação estava em 8,9%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.737,00 no trimestre encerrado em setembro. O resultado representa alta de 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 266,731 bilhões no trimestre até setembro, alta de 9,9% ante igual período do ano anterior. No trimestre terminado em setembro, faltou trabalho para 23,426 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho desceu de 21,2% no trimestre até junho para 20,1% no trimestre até setembro.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até setembro de 2021, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 26,5%. A população subutilizada caiu 5,3% ante o trimestre até junho, 1,310 milhão de pessoas a menos. Em relação ao trimestre até setembro de 2021, houve um recuo de 23,8%, menos 7,317 milhões de pessoas. O Brasil registrou 4,258 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em setembro. O resultado significa 7 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em junho, um recuo de 0,2%. Em um ano, 887 mil pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 17,2%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade, e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

O País registrou uma abertura de 1,000 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. A população ocupada alcançou um recorde de 99,269 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro de 2022. Em um ano, mais 6,293 milhões de pessoas encontraram uma ocupação. A população desocupada diminuiu em 621 mil pessoas em um trimestre, totalizando 9,460 milhões de desempregados no trimestre até setembro, menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015. Em um ano, 3,994 milhões deixaram o desemprego. A população inativa somou 64,729 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro, 10 mil a mais que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente encolheu em 727 mil pessoas. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) passou de 56,8% no trimestre encerrado em junho para 57,2% no trimestre até setembro. No trimestre terminado em setembro de 2021, o nível da ocupação era de 54,1%.

A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 6,2% no trimestre até setembro de 2022, ante 6,7% no trimestre até junho. Em todo o Brasil, há 6,194 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até junho para o trimestre até setembro, houve um recuo de 375 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 1,577 milhão de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano. O trimestre encerrado em setembro de 2022 mostrou uma abertura de 482 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em junho. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, 2,757 milhões de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado.

O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 36,265 milhões no trimestre até setembro, enquanto as que atuavam sem carteira assinada alcançaram um recorde de 13,212 milhões, 169 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até setembro de 2021, foram criadas 1,521 milhão de vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria perdeu 30 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,684 milhões. O resultado significa 223 mil pessoas a mais atuando nessa condição em relação a um ano antes. O número de empregadores aumentou em 115 mil em um trimestre. Em relação a setembro de 2021, o total de empregadores é 550 mil superior. O País teve um aumento de 33 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,889 milhões de pessoas. Esse contingente é 532 mil pessoas maior que no ano anterior. O setor público teve 291 mil ocupados a mais no trimestre terminado em setembro ante o trimestre encerrado em junho.

Na comparação com o trimestre até setembro de 2021, foram abertas 989 mil vagas. O setor público somou um recorde de 12,156 milhões de trabalhadores no trimestre até setembro. O País registrou uma taxa de informalidade de 39,4% no mercado de trabalho no trimestre até setembro de 2022. Havia 39,145 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período. Em um trimestre, 142 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais. A geração de vagas no período totalizou 1,000 milhão, ou seja, foi composta por ocupações formais. A expansão da ocupação veio fundamentalmente da formalidade. A queda na informalidade em um trimestre foi de 0,4%, variação considerada estatisticamente não significativa, ou seja, dentro da margem de erro da pesquisa. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais cresceu 3,8%, 1,436 milhão de pessoas a mais atuando nessa condição. A geração de vagas com carteira assinada no setor privado e a abertura de postos de trabalho no setor público contribuem para o aumento da formalidade no mercado de trabalho.

O setor privado abriu 482 vagas com carteira assinada em apenas um trimestre. O setor público absorveu 291 mil trabalhadores, alcançando um recorde de 12,156 milhões de ocupados. O setor público vinha de perdas de trabalhadores na área de educação, bastante afetada durante a pandemia. Diante de um represamento na demanda, houve recentemente uma recomposição da estrutura necessária para oferecer saúde e educação públicas. No entanto, houve elevação nas contratações também de funcionários para a administração pública em si, além de admissões temporárias de recenseadores pelo IBGE, para atuarem na coleta do Censo Demográfico 2022. Então o IBGE está dando sua contribuição no processo de expansão da ocupação. São milhares de pessoas envolvidas no Censo e isso mexeu no indicador. O vínculo que mais cresceu no setor público foi o que trabalha sem carteira assinada, porém também não estatutário.

O recenseador não é estatutário nem é celetista, ele tem um enquadramento específico, tem lei específica que determina a forma da contratação. A geração de vagas por atividades econômicas mostrou 315 mil trabalhadores a mais atuando no setor de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais em apenas um trimestre. O segmento abrange também a educação e saúde privadas. O que ajuda bastante no crescimento da formalidade é o movimento da administração pública, saúde e educação. Tanto a parte pública quanto o setor privado para saúde e educação. Segundo a Kínitro Capital, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua referentes ao trimestre móvel encerrado em setembro corroboram com a perspectiva de certa estabilização do mercado de trabalho, com um ritmo menor de melhora previsto para os próximos meses.

O recuo da taxa de desemprego de 8,9% no trimestre móvel encerrado em agosto para 8,7% nesta leitura, foi equivalente a uma queda de 8,75% para 8,6% em números dessazonalizados. Com dados ajustados, a força de trabalho e a população ocupada mostraram leve acomodação. Enquanto a força passou de 109,1 milhões de pessoas para 108,8 milhões entre os trimestres móveis de agosto e setembro, a população ocupada passou de 99,4 milhões para 99,2 milhões. Isso não quer dizer que é ruim. Os números vinham em uma recuperação muito robusta que agora mostra sinais de que deve continuar, mas em um ritmo menor. O arrefecimento no desempenho começa a refletir os efeitos dos juros elevados, a dissipação do impulso de reabertura da economia e a saída dos impactos gerados por medidas fiscais e parafiscais. Apesar disso, o quadro ainda é bem robusto.

A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 24,045 bilhões no período de um ano, para R$ 266,731 bilhões, uma alta de 9,9% no trimestre encerrado em setembro de 2022 ante o trimestre terminado em setembro de 2021. Na comparação com o trimestre terminado em junho, a massa de renda real subiu 4,8% no trimestre terminado em setembro, com R$ 12,194 bilhões a mais. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma elevação real de 3,7% na comparação com o trimestre até junho, R$ 97,00 a mais, para R$ 2.737,00. Em relação ao trimestre encerrado em setembro do ano passado, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 2,5%, R$ 67,00 a mais. O crescimento do rendimento médio real está relacionado à deflação registrada nos últimos meses, que proporciona ganhos reais. O rendimento nominal já vinha crescendo em 2022, enquanto o real registrava queda.

Quando houve retração da inflação, houve crescimento no rendimento real. A reversão está bastante relacionada à trajetória da inflação. O País já vinha registrando ganhos no rendimento nominal, mas não em termos reais. A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 3,2% no trimestre terminado em setembro ante o trimestre encerrado em junho, R$ 85,00 a mais. Na comparação com o trimestre terminado em setembro de 2021, houve elevação de 11,3% na renda média nominal, R$ 277,00 a mais. O cenário de atividade econômica mais aquecida também ajuda, assim como uma composição mais favorável da ocupação no mercado de trabalho, com mais trabalhadores formais.

Por haver na base de ocupados menos informalidade e mais formalidade, um aporte maior de carteira no setor privado e trabalhadores do setor público, que, de modo geral, têm rendimentos maiores, associado a uma retração da inflação, então o conjunto desses fatores contribui para esse aumento do rendimento. O mercado de trabalho mantém a trajetória de recuperação no pós-pandemia. Enquanto alguns setores iniciaram antes as contratações depois do choque inicial provocado pela crise sanitária, agora os destaques são os serviços não essenciais e a administração pública, que também recuperam as admissões pós-Covid. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.