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27/Out/2022

Dólar tem avanço pela terceira sessão consecutiva

Após instabilidade e troca de sinais, o dólar se firmou em terreno positivo e, com uma arrancada na reta final dos negócios, encerrou a sessão desta quarta-feira (26/10) em alta de 1,22%, cotado a R$ 5,38, na máxima da sessão. Foi o terceiro pregão consecutivo de avanço da divisa, que já acumula valorização de 4,54% na semana e se aproxima dos níveis de fechamento vistos antes do primeiro turno da eleição presidencial, na casa de R$ 5,39. O aumento da tensão pré-eleitoral impossibilitou mais uma vez que o Real se beneficiasse do enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior, em meio à consolidação das apostas em uma moderação do ritmo de alta de juros nos Estados Unidos. Pesquisas mais recentes mostram liderança, embora apertada, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e provável estagnação de uma suposta onda de crescimento de Bolsonaro.

Levantamento da Genial/Quest divulgado nesta quarta-feira (26/10) traz Lula com o 53% dos votos válidos, 5% à frente de Bolsonaro (47%). A postura defensiva dos investidores refletiria incertezas sobre a condução da política econômica em eventual governo Lula e temores de crise institucional, caso Bolsonaro questione uma possível derrota no pleito sob pretexto de fraude nas urnas eletrônicas ou má conduta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a B. Side Investimentos, o dólar está derretendo no exterior, mas no Brasil há esse descolamento com a incerteza sobre o resultado da eleição. O mercado ainda espera que Lula anuncie a equipe econômica e seus planos porque teme uma gestão parecida com a de Dilma Rousseff. Dado o quadro eleitoral, até a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ficou em segundo plano.

Caso Bolsonaro saia vencedor do pleito, os ativos brasileiros tendem a se recuperar, em um comportamento similar ao visto após primeiro turno, cujo resultado levou Lula a buscar alianças ao centro e trouxe a composição de um Congresso mais conservador. Após o episódio envolvendo a prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) aumentaram também os temores de reação violenta e contestação do resultado do pleito. Bolsonaro voltou a pôr em xeque ontem a credibilidade do sistema eleitoral e crescem as críticas de aliados do presidente à atuação do TSE. Causou ruído no mercado a exoneração do servidor do TSE Alexandre Gomes Machado, que era responsável por receber arquivos com as propagandas publicitárias de campanhas eleitorais e inseri-los no sistema eletrônico do tribunal para que pudessem ser acessados por rádios e TVs. Ele foi exonerado após ação do ministro das Comunicações, Fábio Faria, enviada ao TSE sobre suposto favorecimento de rádios à campanha de Lula.

A demissão teria ocorrido após o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, avaliar que o ex-servidor estaria atuando de forma política e dificultando a resposta à acusação da campanha de Bolsonaro. Em depoimento à Polícia Federal, o ex-servidor teria dado a entender que foi exonerado por ter apontado, desde 2018, falhas na fiscalização de inserções de propaganda eleitoral. Em nota, o TSE chama as alegações de Machado de falsas e criminosas e afirma que a exoneração do servidor foi motivada por indicações de reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política, que serão devidamente apuradas. Segundo o Instituto Finanças internacionais (IIF), a volta do dólar para perto de R$ 5,40 mostra que os mercados estão realmente preocupados com a eleição, uma vez que todas as outras moedas emergentes estão se fortalecendo. Os mercados apenas querem uma eleição pacífica e uma transição ordeira. Com isso feito, o Real vai subir com força. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.