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27/Out/2022

Brasil: produtividade para elevar crescimento do PIB

Os economistas dizem que o PIB potencial do Brasil, ou seja, aquilo que a economia pode crescer sem gerar desequilíbrios, como inflação e entraves no setor externo, é hoje de 2%. Superar essa faixa vai exigir que o País imponha uma ampla gama de medidas para melhorar a produtividade. As reformas se tornaram ainda mais importantes, porque o Brasil não conta mais com o bônus demográfico. Nos anos 2000, o País conseguiu acelerar o crescimento com a incorporação de milhões de pessoas ao mercado de trabalho. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos últimos anos, o Brasil até colheu avanços na sua agenda de reformas, com a aprovação das mudanças nas regras previdenciárias e a criação do marco do saneamento. Mas, também viu retrocessos. O que tem mais chamado a atenção é o retrocesso democrático. Esse crescimento de 2% ao ano é o que cabe nesse contexto de avanço em alguns aspectos, mas retrocesso em outros.

Entre as reformas importantes apontadas pelos analistas, estão a tributária, a administrativa, para modernizar o serviço público e o avanço na integração do Brasil com a economia mundial, além da melhora da qualidade do ensino. Segundo o Goldman Sachs, se essas reformas não forem feitas, o Brasil estará condenado a continuar com esse “pibinho”, com esse crescimento medíocre. Na prática, um país que cresce tão pouco não consegue fazer com que sua população enriqueça. Neste ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o PIB per capita do Brasil, medido em Paridade do Poder de Compra (portanto, desconsiderando o efeito do câmbio), será de US$ 17,7 mil, abaixo do observado no México (US$ 22,4 mil) e em outros países latino-americanos, como Argentina (US$ 26 mil), Chile (US$ 28,9 mil) e Colômbia (US$ 18,7 mil). Nos Estados Unidos, a renda média vai encerrar o ano em US$ 75,2 mil. O PIB per capita é um importante termômetro de riqueza dos países. Ele cresce nos momentos em que a atividade econômica supera o ritmo de avanço da população.

No limite, um cenário de baixo crescimento longo pode alimentar um círculo vicioso de instabilidade política. As pessoas começam a questionar o que faz com que os ganhos de renda e bem-estar sejam tão lentos. Isso pode criar mais retrocesso democrático. É preocupante esse cenário. As projeções do FMI, divulgadas neste mês, indicam que as duas economias devem ter desempenho parecido nos próximos anos. Em 2023, o crescimento dos países deve ficar em 1% para, em seguida, subir a 2% até 2027. Um detalhe é que o crescimento do México tem menos volatilidade. Segundo a BlueLine Asset, entre 2015 e 2019, a média do PIB do Brasil foi negativa. No mesmo período, a média de crescimento do México não foi brilhante, mas ficou em torno de 2%. Volatilidade no crescimento faz diferença para o bem-estar social e o planejamento de longo prazo. Tal como o Brasil, o “caminho das pedras” do México para encontrar um crescimento mais elevado passa por reformas estruturais, reformas que alavanquem investimentos e um marco regulatório que atraia o investidor em vez de assustá-lo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.