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26/Out/2022

Brasil: queimadas são provocadas por ação humana

De acordo com um estudo brasileiro publicado nesta terça-feira (25/10) na revista científica de acesso aberto "PeerJ Life & Environment", o padrão de frequência e quantidade de incêndios nos seis biomas do País indica que a maior parte deles é causada pela ação humana, e não pelas condições naturais do clima. Realizada por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a pesquisa analisou a série histórica de queimadas no Brasil entre 2011 e 2020, a partir de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Há um padrão de incêndios que casa com a época de plantio. O fogo sempre é ateado no mesmo período da estação mais seca. Conforme os dados coletados em biomas em que a ocorrência de fogo não é natural, como a Amazônia, a Caatinga e a Mata Atlântica, a incidência de queimadas segue o padrão dos outros três (Cerrado, Pampa e Pantanal) já adaptados ao fenômeno. Há biomas em que não há condições ambientais favoráveis devido à umidade relativa do ar mais alta e a floresta densa para que o fogo se inicie. O risco, no entanto, é de que as mudanças climáticas deixem essas regiões mais suscetíveis a queimadas nas próximas décadas, com estações mais quentes e secas.

A tendência é de que haja incêndios cada vez maiores, com perda cada vez mais de seu controle. Como as características ambientais tendem a mudar, e estão mudando, o ambiente está ficando mais propício para que o fogo se expanda. Como exemplo, pode-se citar as queimadas que ocorreram no Cerrado, em 2020, destruindo cerca de 35% do bioma. Apesar de a região ser adaptada a incêndios naturais, os extremos climáticos favorecem que o cenário se repita, e talvez até passe a ocorrer em outras vegetações em que esse tipo de ocorrência é incomum, como a Amazônia e a Caatinga.

No Brasil, o uso de fogo é comum na agropecuária com o objetivo de abertura de pasto ou limpeza de área de plantio. O País é um dos únicos, entre os grandes produtores agrícolas, que ainda usam o método regularmente. É uma metodologia arcaica, mas que é barata, rápida e eficaz no que se propõe. Mas, dentro da própria agroindústria há alternativas, como a alternância entre o plantio de diferentes espécies, para não se precisar limpar a área com queimadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.