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24/Out/2022

Dólar em baixa acompanhando movimento externo

Com aprofundamento das perdas, em sintonia com o comportamento da moeda norte-americana no exterior, o dólar encerrou a sessão de sexta-feira (21/10) em queda de 1,33%, cotado a R$ 5,14, o menor valor de fechamento desde 22 de setembro e perto da mínima da sessão. Com isso, a divisa terminou a semana passada com perdas de 3,28% e passa a acumular desvalorização de 4,57% em outubro. Analistas atribuíram a rodada de apreciação do Real sobretudo à recuperação dos ativos de risco no exterior, após sinais de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode moderar o ritmo de alta de juros a partir de dezembro.

Haveria também certa influência do quadro eleitoral no desempenho dos ativos brasileiros, dada a aposta do mercado em chances de reeleição Jair Bolsonaro, depois de algumas pesquisas apontarem empate técnico entre o presidente e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Afora uma alta na primeira de negócios, também em linha com o exterior, o dólar trabalhou em baixa durante o restante do pregão. A onda vendedora começou sob o impacto de reportagem do "Wall Street Journal", assinada por jornalista visto como "porta-voz" informal do Fed, de que, após uma provável elevação da taxa básica em 75 pontos-base em novembro, Fed deve optar por aumento de 50 pontos-base em dezembro.

O apetite ao risco no exterior se intensificou à tarde com declarações de dirigentes do Fed corroborando com a reportagem do Wall Street Journal. Primeiro, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, afirmou que é preciso evitar um aperto excessivo da política monetária que prejudique desnecessariamente a economia. Em evento na Universidade de Berkeley, Daly disse que agora é o momento de o Fed começar a discutir a redução do ritmo de alta de juros. Em seguida, o presidente do presidente do Fed de Chicago, Charles Evans (que tem direito a voto em 2023), disse que prevê desaceleração significativa da inflação nos Estados Unidos no ano que vem e juros pouco acima de 4,5% no início do próximo ano.

A reação dos mercados foi imediata. As bolsas em Nova York aceleraram os ganhos para a faixa de 2%, enquanto o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes) chegou a furar a linha dos 111,800 pontos. Além da recuperação do euro e da libra, o iene apresentava ganhos de quase a 2% do iene, com rumores de intervenção do Banco do Japão (BoJ). Para a JF Trust, o Fed não quer os mercados desabem e tenta suavizar um pouco o discurso. Claramente, já existem preocupações com a desaceleração da economia. O Fed deve optar por prolongamento do ciclo de aperto, mas em ritmo mais moderado, levando a taxa básica para cerca de 4,5%.

Os mercados se animaram com esses sinais, mas a inflação norte-americana ainda vai permanecer alta por bastante tempo. Antes da moderação do discurso do Fed, o nível de estresse nos mercados já havia diminuído com o abandono do plano de corte de gastos no Reino Unido, seguido pela renúncia da primeira-ministra Liz Truss. Houve também uma recuperação dos preços das commodities, com o petróleo voltando a superar os US$ 90,00 por barril após a Opep+ anunciar redução da produção anual. Contudo, a perspectiva é de um dólar globalmente ainda forte, dado que os investidores tendem a manter parte de posições defensivas em meio à perspectiva de recessão na Europa e recrudescimento do conflito na Ucrânia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.