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20/Out/2022

Dólar em alta acompanhando o movimento externo

O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (19/10) em alta moderada no mercado doméstico de câmbio, em dia marcado por fortalecimento da moeda norte-americana no exterior e avanço das taxas dos Treasuries para os maiores níveis em uma década. Leituras ruins de índices de preços na Europa mostram que a inflação global não dá trégua e sugerem mais aperto monetário nos países desenvolvidos, com proeminência do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Espelhando a busca global, o dólar abriu em alta firme no Brasil e esboçou superar o teto de R$ 5,30 na primeira hora de negócios, ao tocar máxima a R$ 5,29 (+0,83%). A mínima da sessão foi de R$ 5,25, sob o efeito de leilões de linha do Banco Central. Foram US$ 3 bilhões em rolagem e US$ 1 bilhão em dinheiro novo, destinado a suprir demanda pontual no mercado spot.

O dólar encerrou a R$ 5,27, em alta de 0,37%, reduzindo as perdas acumuladas na semana a 0,91%. Em outubro, o dólar ainda acumula baixa de 2,23%, sobretudo em razão das perdas de 3,38% na primeira semana do mês, após o primeiro turno das eleições. Segundo a Venice Investimentos, o comportamento do câmbio foi bem escorado no mercado internacional com aversão ao risco em razão do ambiente inflacionário. As taxas dos Treasuries de 2 anos e 10 anos abriram mais de 10 pontos, o que prejudica emergentes. O Real tende a sofrer menos que seus pares, em razão de crescimento mais forte e do diferencial de juros. As pesquisas eleitorais trazendo Bolsonaro mais perto de Lula também têm um efeito positivo sobre o mercado local, principalmente na bolsa. A pesquisa Genial/Quaest traz Lula com 48% e Bolsonaro com 42% (margem de erro 2%). Lula oscilou 2% para baixo e Bolsonaro, 1% para cima, em comparação com a pesquisa realizada no dia 13 de outubro.

Dados do Banco Central mostraram que na semana passada houve saída líquida de US$ 1,615 bilhão pelo canal financeiro. Na semana encerrada no dia 7 de outubro, na sequência do primeiro turno da eleição, a conta financeira havia sido positiva em US$ 889 milhões. Em outubro (até dia 17), o fluxo cambial total (comercial e financeiro) é negativo em US$ 2,017 bilhões. No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes) operou em alta firme ao longo do dia, tendo superado a faixa dos 113,000 pontos na máxima, com perdas ao redor de 1% da libra e do euro. A taxa da T-note de 2 anos, mais ligada à perspectiva para a magnitude do ciclo total de alta de juros nos Estados Unidos, subiu mais de 12 pontos, e tocou máxima aos 4,5627%. A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro acelerou de 9,1% em agosto para 9,9% em setembro, levemente abaixo das expectativas (10%), mas no maior nível da história.

O Livro Bege, sumário de opiniões que embasa as decisões do Federal Reserve, mostrou que o mercado de trabalho segue apertado e há expectativa de alta salarial. A atividade nacional se expandiu modestamente, com crescimento de preços ainda elevado, mas alívio na inflação em alguns distritos. O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que não é possível moderar o ritmo de aperto monetário antes que haja desaceleração do núcleo da inflação nos Estados Unidos. Segundo a Blue 3, a inflação é um problema global e os números na Europa estão fazendo preço no mercado de moedas. Não dá para dizer que a inflação nos Estados Unidos já chegou ao pico. Os dirigentes do Fed mantêm o tom duro contra a inflação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.