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19/Out/2022

Dólar tem recuo pela segunda sessão consecutiva

O dólar emendou o segundo dia seguido de queda na sessão desta terça-feira (18/10) e voltou a fechar abaixo da linha de R$ 5,30, apesar do sinal misto da moeda norte-americana no exterior. Operadores relataram entrada de capital estrangeiro para a bolsa brasileira ao longo do pregão, marcado por apetite ao risco e alta firme dos mercados acionários em Nova York. Sem indicadores de peso e novidades na corrida presidencial, a sessão foi morna e de liquidez moderada, com o dólar oscilando apenas cerca de R$ 0,05 entre a mínima (R$ 5,24 e a máxima (R$ 5,29). No fim da sessão, o dólar fechou a R$ 5,25, em queda de 0,91%, o que levou as perdas acumuladas em outubro a 2,59%. Em 2022, o dólar recua 5,76%. No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes) operou entre estabilidade e leve alta, acima da linha dos 112,000 pontos, com queda frente ao euro e ganhos na comparação com o iene e a libra.

Contratos de gás natural negociados na Europa apresentaram baixa de dois dígitos após a União Europeia anunciar planos para conter os preços da commodity, com criação de novo benchmark. No Reino Unido, o Banco da Inglaterra (BoE) confirmou que adiará o início das vendas de gilts, os bônus britânicos, para 1º de novembro. Com algumas exceções, como o Real e o dólar neozelandês, a moeda norte-americana avançou na comparação com divisas emergentes, em dia de tombo do petróleo e de perdas de commodities agrícolas e metálicas. O petróleo tipo Brent para dezembro, referência para a Petrobras, caiu 1,72%, a US$ 90,03 por barril. Analistas comentam que a taxa de juro real doméstica elevada, fruto da combinação de Selic em 13,75% ao ano com queda das expectativas de inflação, desestimula apostas contra o Real, favorecido também pelo desempenho positivo da economia brasileira na comparação com outros países emergentes.

Segundo a Treviso Corretora, os balanços norte-americanos estão vindo bem, o que estimula o apetite ao risco. O dólar acaba caindo no Brasil e se mantém numa faixa confortável para os estrangeiros, entre R$ 5,20 e R$ 5,40. A divulgação de dados fortes da indústria norte-americana, que sugerem mais aperto monetário nos Estados Unidos, não chegaram a abalar os negócios. A produção industrial dos Estados Unidos subiu 0,4% em setembro em relação a agosto, acima das expectativas (+0,1%). Na contramão, o índice de confiança das construtoras nos Estados Unidos caiu de 46 em setembro para 38 em outubro, bem abaixo do esperado (44). Foi 10ª queda consecutiva. A rodada de alta da taxa básica norte-americana já se reflete em piora nas condições de crédito imobiliário. O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, admitiu que pode haver “alguma dor no curto prazo" em razão do ciclo de aperto monetário para controlar a inflação, que está muito elevada.

Apesar do recuo do dólar e de relatos de entrada de capital externo, a Frente Corretora vê cautela do investidor local e estrangeiro com a corrida eleitoral como um empecilho para uma rodada maior de apreciação do Real nos próximos dias. Com Ibovespa subindo mais de 1%, era para o dólar ter caído mais, mesmo com o dia negativo para commodities. Há possibilidade de uma queda da moeda norte-americana para a faixa de R$ 5,00 assim que de dissiparem as incertezas sobre a condução da política econômica em 2023. O mercado ainda espera o nome do ministro da Fazenda de Lula, que é o favorito para a eleição. Fontes afirmaram que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ordenou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que anuncie uma medida econômica a cada pelo menos dois dias até o segundo turno da eleição presidencial, no dia 30 de outubro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.