ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

19/Out/2022

COP-27: Brasil precisará mostrar que é sustentável

Segundo o ministro da Agricultura, Marcos Montes, desde a implantação do Código Florestal em 2012, o Brasil ainda não conseguiu mostrar ao mundo o que tem feito em relação às questões ambientais e produção sustentável na agropecuária. Na COP-27, que será realizada em novembro, no Egito, Montes vê uma oportunidade para o País mostrar que a agropecuária brasileira é sustentável e que pode ser destaque contra perspectivas de insegurança alimentar. Com tragédias também surgem oportunidades, avaliou ele. Segundo Montes, o Brasil pode “vencer narrativa” em relação ao desmatamento no País. O Brasil precisará alimentar o mundo.

O País está produzindo com sustentabilidade econômica, ambiental e social. O ministro destacou, no entanto, que é preciso fazer o “dever de casa” e ter ações para melhorar as medidas já adotadas. Sobre o documento entregue pela CNA para ser levado às discussões na COP27, Montes avaliou que o posicionamento é importante para que o País tenha um discurso só, o discurso do governo. Montes acrescentou que a COP-27 será oportunidade para o Brasil mostrar todo o trabalho que tem sido feito na produção sustentável. É preciso demonstrar com clareza que o Brasil é o País que mais produz e mais protege a natureza, afirmou ele.

Segundo o ministro de Relações Exteriores, Carlos França, no tema ambiental, o Brasil faz parte da solução e não do problema. É preciso mostrar ao mundo a verdadeira realidade do País em relação ao desmatamento. Ele comentou também que é preciso entender melhor a composição dos números em relação ao tema. Para o ministro, o Brasil precisa chegar à COP-27 com clareza dos objetivos. O País quando exporta alimentos exporta também tecnologia. Neste sentido, é importante ouvir a sociedade e o empresariado. O ministro apontou, ainda, que cada vez mais o acesso a outros mercados estará diretamente ligado à adesão do País aos compromissos assumidos no Acordo de Paris de 2015, para reduzir o aquecimento global.

Ainda de acordo com França, a agropecuária brasileira tem condições de ampliar significativamente sua competitividade em um contexto de regras ambientais mais rígidas. O agro quer se adaptar ao que existe de mais elevado no padrão ambiental. Segundo o ministro, o País lida com pessoas, em sua maioria, que querem preservar o meio ambiente, mas se há uma minoria que não quer preservar, terá de enfrentar o rigor da legislação ambiental brasileira. França afirmou que o Brasil está comprometido com o Acordo de Paris de 2015, para reduzir o aquecimento global, mensagem que será reforçada na COP-27. Ele afirmou que o País é um ator incontornável nos assuntos ambientais, com políticas consistentes.

França afirmou que há uma expectativa do mundo sobre o papel que o Brasil poderá representar na questão da segurança alimentar, mas também na segurança energética no continente europeu. O Brasil tem condições de desempenhar papel com resultado, avaliou. França citou que o País tem grande capacidade para a produção de energia renovável, mencionando que países europeus estão encontrando dificuldades de produção em relação ao tema. O ministro apontou que a Organização Mundial do Comércio (OMC) tem consciência do papel do Brasil na segurança alimentar. A segurança alimentar depende da contribuição do Brasil em larga medida.

Com a aprovação do Parlamento Europeu de proposta de um projeto que proíbe a entrada de commodities ligadas ao desmatamento no mercado europeu, o ministro de Relações Exteriores, Carlos França, afirmou que o Itamaraty tem o dever de rejeitar e continuar rejeitando que considerações climáticas sejam barreiras comerciais para o País em detrimento do sistema internacional de comércio. O ministro acrescentou que o governo continuará trabalhando contra medidas unilaterais e arbitrárias. Segundo o ministro, o Brasil levará questões de barreiras que países querem impor de maneira ilegal ao País à OMC. Para ele, a decisão tem efeitos nocivos à exportação de alimentos.

O contexto crescente de insegurança alimentar reforça a necessidade desse trabalho em defesa de um comércio que seja baseado em regras aceitas e compridas por todos os países. De acordo com França, o regime internacional de combate à mudança de clima precisa trabalhar com o tema agrícola sob perspectiva de segurança alimentar. O ministro citou a necessidade de se reforçar o financiamento internacional adequado para apoiar o desenvolvimento de novas capacidades voltadas à redução do impacto das mudanças climáticas no setor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.