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13/Out/2022

FMI: projeções para o PIB global em 2022 e 2023

De acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO) publicado na terça-feira (11/10) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), houve piora nas projeções para a economia mundial em 2023 e previsão de recessão na Alemanha e na Itália, além da Rússia. O Produto Interno Bruto (PIB) global deve crescer 2,7% no próximo ano. A estimativa anterior era de avanço de 2,9%. Para 2022, foi mantida a expectativa de expansão de 3,2%. O pior para a economia mundial ainda está por vir. Mais de um terço da economia global vai se contrair em 2023, enquanto as três maiores economias (Estados Unidos, União Europeia e China) vão continuar estagnadas. Para muitas pessoas, 2023 parecerá uma recessão. A economia global continua a enfrentar grandes desafios. Pesam, sobretudo, efeitos persistentes de três forças poderosas: a invasão russa à Ucrânia; uma crise de custo de vida causada por pressões inflacionárias persistentes e crescentes; e a desaceleração na China. Os riscos negativos para as perspectivas permanecem elevados.

A piora nas projeções para o PIB mundial no próximo ano se deu, principalmente, a previsões mais sombrias para a zona do euro, o Reino Unido e a China. Para 2023, o PIB da zona do euro deve desacelerar à uma expansão de 0,5%, ante alta de 1,2% antes projetada. Para este ano, a região deve crescer 3,1%, 0,5% a mais do que a projeção anterior, publicada em julho. O fraco crescimento de 2023 em toda a Europa reflete os efeitos colaterais da guerra na Ucrânia, com revisões em baixa especialmente acentuadas para as economias mais expostas aos cortes no fornecimento de gás russo e condições financeiras mais apertadas. Dentre suas projeções mais pessimistas, o FMI espera que a Alemanha e a Itália enfrentem uma recessão em 2023. São as únicas economias, até o momento, que devem passar por um período de contração no próximo ano, além da Rússia, cujas estimativas foram suavizadas e apontam para uma queda de 3,4% em 2022 e de 2,3% em 2023. O Reino Unido também terá um cenário mais desafiador à frente, mas com crescimento de 0,3% em 2023, contra uma expansão anterior de 0,5%, conforme sua projeção divulgada em julho.

Para 2022, na contramão, deve haver aumento de 3,6%, ante alta projetada anteriormente de 3,2%. No caso da China, houve corte nas projeções de ambos os anos. Para 2022, o crescimento deve ser de 3,2%, 0,1% abaixo frente à estimativa anterior, enquanto para 2023 se espera avanço de 4,4%, 0,2% menor. Caso se confirme, 2022 representará o menor crescimento da China em mais de quatro décadas, excluindo a crise inicial da Covid-19 em 2020. No caso dos Estados Unidos, houve corte na projeção de neste ano de 2,3% estimados em julho para 1,6% esperados agora. Para 2023, foi mantida a previsão de crescimento de 1,0% para o PIB norte-americano. O crescimento em 2022 foi revisado para baixo em 0,7%, refletindo a inesperada contração real do PIB dos Estados Unidos no segundo trimestre. As projeções de expansão para a maior economia do mundo neste e no próximo ano indicam forte desaceleração em um cenário de elevação dos juros básicos, os chamados Fed Funds, para conter a escalada da inflação no país. Em 2021, os Estados Unidos cresceram 5,7%.

A queda da renda disponível real continua afetando a demanda do consumidor, e as taxas de juros mais altas estão afetando os gastos, especialmente os gastos com investimento residencial. O FMI reforçou projeções céticas para o mundo na esteira das crises em curso e o aperto monetário para conter o salto da inflação. O mundo deve ter uma perda de produtividade de US$ 4 trilhões até 2026. Se os bancos centrais apertarem demais as condições financeiras, os temores de recessão se materializarão em grande escala. A inflação global deve atingir o pico no final de 2022. Os preços devem permanecer elevados por mais tempo que o esperado anteriormente, diminuindo para 4,1% até 2024. Nesse contexto, foi feito um alerta quanto à atuação dos bancos centrais, citando riscos de aperto ora insuficiente, ora excessivo. À medida que os cenários pioram, os formuladores de políticas precisam manter a "mão firme". O risco de desajuste da política monetária, fiscal ou financeira aumentou acentuadamente em um momento em que a economia mundial permanece historicamente frágil e os mercados financeiros estão mostrando sinais de estresse. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.