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13/Out/2022

FMI: riscos para a estabilidade financeira mundial

De acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO) publicado na terça-feira (11/10) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o ambiente global é frágil, com "nuvens de tempestades" no horizonte que elevaram os riscos à estabilidade financeira. As incertezas ao redor do mundo pesam, sobretudo, para mercados emergentes, que enfrentam desafios diversos, de uma inflação persistente ao aperto monetário nas economias desenvolvidas, e que contribuem para um aumento notável do custo de empréstimos na região. Os preços bateram as máximas em várias décadas e ao mesmo tempo em diversos países, enquanto as perspectivas econômicas continuam se deteriorando e os riscos geopolíticos persistem em meio à invasão russa à Ucrânia. Com esses desdobramentos, as perspectivas de estabilidade financeira global se deterioraram desde abril.

Economias avançadas e emergentes estão sendo obrigadas a acelerar o processo de subida de juros para combater as pressões inflacionárias e impedi-las de se tornarem enraizadas. Como consequência, as condições financeiras globais estão mais apertadas na maioria dos países. Diante desse cenário, os mercados financeiros globais enfrentam momentos de tensão, com o aumento da volatilidade e redução da liquidez. As vulnerabilidades financeiras são elevadas para governos, muitos com dívidas crescentes, bem como para instituições financeiras não bancárias, como seguradoras, fundos de pensão, fundos de hedge e fundos mútuos. Apesar de alguns ganhos no meio do ano, os preços de ativos de risco, como ações e títulos corporativos, caíram acentuadamente, no geral, com os investidores mostrando forte aversão a risco ao longo do mês de setembro. Além disso, uma deterioração na liquidez do mercado parece ter amplificado os movimentos de preços e há risco de uma elevação rápida e desordenada.

No caso de emergentes, o aumento das taxas, a piora dos fundamentos e as grandes saídas de recursos aumentaram notavelmente os custos dos empréstimos. O FMI vê um impacto severo nas economias mais vulneráveis, com 20 países em default ou negociando seus títulos em "níveis problemáticos", e tal risco é crescente. Por outro lado, fundamentos mais fortes em grandes emissores de mercados emergentes têm se mostrado resilientes. Não foram mencionados quais países estariam nesta posição. Testes de estresse globais para bancos mostram que, em um cenário de recessão severa, até 29% dos ativos bancários de mercados emergentes podem violar os requisitos mínimos de capital. Nas economias avançadas, essas instituições permaneceriam resilientes. O crédito corporativo também enfrenta um risco maior de inadimplência, com as empresas abaixo do grau de investimento mais expostas a uma virada no ciclo de crédito e à deterioração do apetite ao risco dos investidores.

Nesse contexto, há necessidade de os bancos centrais agirem para trazer a inflação de volta à meta e evitar que as pressões nos preços se tornem enraizadas nas economias, levando à desancoragem das expectativas. O FMI reconhece as dificuldades pelo caminho e alerta para a importância de uma comunicação clara, além de citar a normalização da política monetária como crucial para evitar uma volatilidade desnecessária nos mercados. Os formuladores de políticas enfrentam um ambiente de estabilidade financeira incomumente desafiador. Os mercados emergentes seguiram apertando o cinto financeiro de suas economias, mas as diferenças nas regiões continuam significativas. Os bancos centrais latino-americanos têm sido mais proativos, elevando as taxas de juros mais cedo e de forma mais agressiva em resposta às pressões inflacionárias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.