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11/Out/2022

Dólar recua acompanhando o movimento externo

Após alguma instabilidade, em que chegou a operar pontualmente em terreno positivo, o dólar se firmou em baixa no mercado doméstico de câmbio nas últimas horas do pregão desta segunda-feira (10/10). Esse movimento se deu em meio à desaceleração dos ganhos da moeda norte-americana frente a divisas fortes e ao aprofundamento das perdas em relação a emergentes pares do Real. Com oscilação de apenas cerca R$ 0,05 entre a mínima (R$ 5,16) e a máxima (R$ 5,21), o dólar fechou a R$ 5,19, em queda de 0,42%, o que levou as perdas acumuladas em outubro a 3,78%. A liquidez foi bastante reduzida em razão do feriado norte-americano do Dia de Colombo, que manteve o mercado de Treasuries fechado.

No front político, não houve novidades capazes de exercer influência relevante na formação da taxa de câmbio. Passada a baixa de cerca de R$ 0,20 na semana passada, desencadeada pela redução da percepção e risco fiscal após o primeiro turno das eleições, investidores estão à espera de sinais mais claros sobre o desenho da política econômica em 2023, sobretudo por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de intenção de voto. O banco Goldman Sachs ainda vê um prêmio de risco de cerca de 20% embutido na taxa de câmbio e afirma que o Real provavelmente vai se beneficiar de aumentos contínuos das taxas reais do País.

Isso porque o Banco Central deve manter a taxa Selic elevada por período prolongado em meio a um processo de desinflação. Para o Goldman Sachs, o Banco Central deve esperar até o fim do segundo trimestre, ou possivelmente o terceiro trimestre de 2023, para começar a reduzir a taxa básica. Os ativos locais podem ter entrado em um "círculo virtuoso", uma vez que o resultado da eleição presidencial em primeiro turno e a nova composição do Congresso diminuem os temores de medidas heterodoxas na economia. O banco alerta, contudo, que o caminho para redução de prêmios de risco nos ativos locais será acidentado e marcado por volatilidade nas próximas semanas.

Como principais entraves, figuram uma corrida presidencial cada vez mais competitiva e dúvidas se o resultado da votação será respeitado. No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes) operou em alta durante a maior parte do dia, acima da linha dos 113,000 pontos. Euro e libra perdem força à medida que crescem as preocupações com recrudescimento no conflito na Ucrânia, na esteira de ataques russos à capital ucraniana, Kiev, em possível retaliação à destruição de parte de ponte que liga Rússia e Crimeia. Nem mesmo a intervenção do Banco da Inglaterra (BoE) no mercado de renda fixa, com compra de gilts, deu sustentação à libra.

Nos Estados Unidos, dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) voltaram a se posicionar com firmeza. O presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, ressaltou a necessidade de manter os juros nos Estados Unidos em patamar suficientemente restritivo por algum tempo. Mesmo ponderando que mantém contato com demais bancos centrais no mundo sobre impacto da política do Fed, a vice-presidente do Federal Reserve, Lael Brainard, disse que aumentos de juros até o final deste ano e no próximo são esperados e que a política monetária será restritiva para garantir que a inflação volte à meta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.