11/Out/2022
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou que o total de famílias endividadas atingiu recorde em setembro e o número de inadimplentes também teve novo ápice. O total de lares brasileiros com dívidas a vencer chegou a 79,3% em setembro, o terceiro aumento consecutivo, enquanto a fatia de famílias com contas em atraso alcançou a marca histórica de 30% no mês passado. O aumento no endividamento em setembro foi provocado pela maior contratação de dívidas entre consumidores de renda média e baixa. Entre os mais pobres, o endividamento superou 80% pela primeira vez na pesquisa. A proporção de endividados entre os consumidores com renda familiar inferior a 10 salários-mínimos mensais aumentou 0,4% em setembro ante agosto, atingindo 80,3%, o maior patamar da série histórica da Peic, iniciada pela CNC em janeiro de 2010.
No grupo de famílias com maior renda, a proporção de endividados ficou estável em 75,9%. A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa. Quanto à inadimplência, o volume de consumidores com pagamento de dívidas em atraso cresceu pelo terceiro mês consecutivo. Em setembro, 10,7% das famílias relataram que não terão de condições de pagar as contas atrasadas, ou seja, permanecerão inadimplentes. Embora os atrasos tenham crescido no mês e no ano entre os consumidores nas duas faixas de renda, as dificuldades de pagamento de todos os compromissos do mês são mais latentes entre as famílias de menor renda. Os consumidores enfrentam desafios na gestão de seus orçamentos mensais, especialmente porque o nível de endividamento está elevado e os juros maiores pioram as despesas com as dívidas.
As taxas de juros nas linhas de crédito para pessoas físicas cresceram 13,5% em um ano, de acordo com os dados do Banco Central, chegando à média de 53,9%, a maior taxa desde abril de 2018. Em setembro, 85,6% dos endividados tinham contas a vencer no cartão de crédito, alta de 1% nessa modalidade em um ano. Houve aumento nas dívidas nos carnês de loja (com 19,4% de menções e aumento de 0,6% em um ano) e no cheque especial (5,2% de menções e crescimento de 0,6% em um ano). O volume de endividados nos carnês de loja cresce desde maio deste ano. No recorte por faixa de renda, a proporção de endividados nos carnês entre os mais pobres atingiu o maior nível desde fevereiro, 20,1%. Isso revela que estes consumidores estão na dinâmica de diversificação do endividamento e buscando alternativas de crédito. Quando se olha o filme dos últimos cinco anos, o avanço do crédito operado pelo varejo tem resultado no maior volume de endividados de forma geral no Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.