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06/Out/2022

Grãos: preços internacionais devem recuar em 2023

De acordo com o Bradesco, os preços internacionais de grãos devem recuar em 2023 apesar de restrições na oferta global. A possibilidade de uma recessão global, combinada com a perspectiva de uma boa safra no Brasil, neutralidade climática e moderação da demanda chinesa, deve pressionar as cotações. A volatilidade, os temas geopolíticos e a elevação de juros nos Estados Unidos têm levado à redução da exposição de fundos em commodities agrícolas nos últimos meses. Nos últimos meses, a desaceleração da economia mundial e, consequentemente, da demanda por commodities, somada ao início do aperto monetário global, contribuiu para a diminuição dessas posições compradas. O resultado foi a redução dos preços para patamares abaixo do período pré-pandemia em meados de junho. As condições financeiras globais seguirão apertadas no próximo ano, mantendo o crescimento global incerto e levando fundos a reduzir sua exposição a ativos de risco. Outro fator baixista é a expectativa de uma produção de grãos volumosa no Brasil, de mais de 300 milhões de toneladas.

Essa produção deverá contribuir positivamente para a oferta global no próximo ano, cenário que já está sendo considerado nas estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A volta das chuvas no Centro-Sul do Brasil tem favorecido a umidade do solo, de forma que o plantio de soja será realizado dentro da janela ideal, trazendo uma boa perspectiva para a safrinha de milho também. Além disso, a demanda chinesa vem se desacelerando, refletindo em parte a estabilidade do plantel de suínos na China. A estabilização recente do rebanho, somada à política de Covid-zero e os lockdowns que fecharam bares e restaurantes a partir de março, levou a uma acomodação da demanda por grãos este ano. Sem expectativa de aumento expressivo do rebanho de suínos nos próximos anos, a demanda por grãos na China tende também a permanecer mais estável. O balanço global de grãos, no entanto, segue bastante apertado, mantendo os preços em nível elevado. A guerra entre Rússia e Ucrânia restringiu a produção de milho e trigo na Ucrânia e comprometeu o escoamento da safra.

Além disso, a adversidade climática no Hemisfério Norte levou a menor produtividade de diversas culturas. Porém, a possibilidade de recessão global vem se sobrepondo às restrições de oferta neste momento. O USDA revisou para baixo suas estimativas de produção de milho e soja para a Europa e os Estados Unidos em seu relatório mais recente de oferta e demanda. Ao mesmo tempo, a oferta, de maneira geral, se mantém elevada. Com isso, a relação estoque-consumo segue bastante justa e indica um quadro apertado para grãos. Quanto ao clima, chama a atenção o risco de ocorrência de La Niña pelo terceiro ano consecutivo. O fenômeno, no entanto, deve ter intensidade fraca e prevalecer até a virada do ano. Depois, os modelos indicam neutralidade climática. Se o La Niña tiver pouco impacto para a safra brasileira, a produção de mais de 300 milhões de toneladas de grãos deve se concretizar, adicionando oferta ao quadro global de soja a partir de janeiro e, de milho, principalmente a partir de junho de 2023, com a colheita da 2ª safra de 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.