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05/Out/2022

Dólar recua com eleições e apetite externo ao risco

Após a queda de 4,09% na segunda-feira (03/10), o dólar enfrentou um dia de instabilidade no mercado doméstico de câmbio nesta terça-feira (04/10), sobretudo ao longo da tarde, quando mudou de rota algumas vezes e oscilou mais de R$ 0,07. O clima de cautela diante das articulações dos presidenciáveis para o segundo turno e movimentos técnicos limitaram o espaço para queda da divisa no Brasil, apesar da forte rodada de baixa da moeda norte-americana no exterior, na esteira da perspectiva de moderação do aperto monetário nos Estados Unidos. O dólar até ensaiou uma queda mais acentuada, descendo até a mínima de R$ 5,11 (-1,19%), mas acabou moderando os ganhos ainda na primeira etapa de negócios e virou para o lado positivo, até a máxima de R$ 5,22 (+0,93%). Com constantes trocas de sinal ao longo das duas últimas horas do pregão, a moeda acabou fechando a R$ 5,16, em baixa de 0,11%. Embora veja espaço limitado para aventuras heterodoxas em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dada a composição mais conservadora do Congresso, o mercado tem clara preferência pela candidatura do presidente Jair Bolsonaro.

Enquanto o petista não der sinais concretos de compromisso com uma agenda menos intervencionista, o mercado tende a se manter cauteloso e sustentar parte dos prêmios de risco embutidos nos ativos domésticos. Lula recebeu apoio do PDT e de seu candidato Ciro Gomes, que gravou um vídeo dizendo seguir a orientação do partido, mas sem mencionar o nome do petista. Também se juntou ao PT o Cidadania, que esteve com Simone Tebet (MDB) no primeiro turno. Bolsonaro angariou apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do governador do Rio, Claudio Castro (PL), e do ex-ministro e senador eleitor Sergio Moro (União Brasil). O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou fora do segundo turno, declarou suporte pessoal e incondicional a Bolsonaro, embora o PSDB ainda mantenha a neutralidade. A expectativa é a de que Simone Tebet declare seu apoio a Lula. Mesmo que os líderes de partidos deixem claro sua preferência a um dos candidatos, pode haver rachas.

Segundo a B.Side Investimentos, é normal o dólar ter uma correção depois de uma queda tão grande como foi a de segunda-feira (03/10). A eleição está fazendo preço no mercado e serão semanas de muita volatilidade com anúncio de alianças políticas e de planos para a economia. Neste momento, na opinião da B.Side Investimentos, não há uma preferência clara do mercado por um dos presidenciáveis. A perspectiva ainda é Lula mais ao centro, sem política econômica heterodoxa. Bolsonaro é a continuidade da agenda liberal, agora mais forte com o novo Congresso. No exterior, a moeda norte-americana emendou mais um dia de perdas expressivas, devolvendo parte da alta acumulada recentemente. Termômetro do desempenho do dólar frente a pares fortes, o índice DXY, que chegou a superar 114,000 mil na semana passada, caiu mais de 1% e esboçou romper o piso de 110,000 ao descer os 110,055 pontos, em meio à recuperação do euro e da libra, esta beneficiada pela perspectiva de que o governo do Reino Unido volte atrás no pacote de corte de impostos e ampliação de gastos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.