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04/Out/2022

Bancada Ruralista perde nomes fortes no Congresso

Um dos maiores blocos do Congresso Nacional, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), chamada bancada ruralista, teve 27% de seus 241 deputados federais em exercício, ou 65 parlamentares, não eleitos nas eleições de domingo (02/10). Os outros 176 asseguraram novo mandato ou passarão a integrar o Senado. No Senado, 5 dos 39 integrantes da frente vão perder a vaga em 1º de fevereiro. Entre eles, a senadora e ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu (PP-TO), reconhecida pela interlocução com o setor produtivo, e o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), presidente da Comissão de Agricultura (CRA) no Senado. Outros 28 dos 39 possuem mandato vigente até 2027. Na Câmara dos Deputados, entre seus principais articuladores, o vice-presidente da Frente, deputado federal e ex-ministro da Agricultura do governo Dilma, Neri Geller (PP-MT), perderá a vaga, já que concorreu ao Senado em Mato Grosso e teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O deputado federal Nelson Barbudo (PL-MT), vice-presidente da Região Centro-Oeste da FPA, também não conseguiu garantir sua permanência. O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e presidente da Comissão de Política Agrícola da frente, José Mário Schreiner (MDB-GO), por sua vez, não concorreu a novo mandato na Câmara. Também atuante na frente, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) não disputou o pleito. Os presidentes das comissões da FPA de Relações Internacionais, Agricultura Familiar, Tecnologia no Campo, Endividamento Rural, Alimentação e Saúde também não se reelegeram e devem deixar a bancada em fevereiro. São eles os deputados federais Hildo Rocha (MDB-MA), Celso Maldaner (MDB-SC), que concorreu ao Senado, Vinícius Poit (Novo-SP), que concorreu ao governo de São Paulo, Christino Áureo (PP-RJ), Dr. Leonardo (Republicanos-MT), Paulo Bengtson (PTB-PA). Responsável pela coordenação institucional da frente, a deputada Aline Sleutjes (PROS-PR) concorreu ao Senado pelo Paraná e não foi eleita, perdendo o mandato na Câmara.

Em contrapartida, nomes que atuam em pautas consideradas importantes para o setor conquistaram novo mandato. O presidente da FPA, deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), foi reeleito. Presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, o deputado federal Giacobo (PL-PR), também segue na Câmara nos próximos quatro anos. O deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), que atua em pautas relacionadas ao biodiesel, foi outro que garantiu sua vaga, assim como o deputado federal Luiz Nishimori (PL-PR), que é relator do PL dos Defensivos. Outros nomes ligados ao setor reeleitos são os do deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), Domingos Sávio (PL-MG), Evair de Melo (PP-ES), Fausto Pinato (PP-SP), Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), Zé Vitor (PL-MG). Na Câmara, a FPA também perde a deputada federal e ex-ministra da Agricultura do governo Bolsonaro, Tereza Cristina (PP-MS), que deixará de integrar a frente como deputada, mas deve participar como senadora.

Também no Senado, o relator do PL do autocontrole senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) perdeu a disputa para o governo do Rio Grande do Sul, mas possui mandato no Congresso até 2027. Hoje, 280 parlamentares integram a FPA, sendo 39 senadores e 241 deputados federais. Na Câmara, a frente representa 54,6% do total de parlamentares e integra comissões importantes como a do Meio Ambiente, Constituição e Justiça, além da Agricultura. Apesar de ter perdido um quarto de seus integrantes, o grupo deve ser parcialmente recomposto com deputados e senadores que foram eleitos. O agro sozinho não tem grande densidade eleitoral, mas ajuda no desempenho conforme o deputado atuava na sua atividade. O atual presidente da frente e reeleito para o mandato está confiante na adesão de novos parlamentares com "vocação agro" na reconfiguração da frente em 2023. Muitos que estão chegando agora virão para a FPA porque são do agro.

Hoje, o agro é uma bandeira que não diz respeito apenas ao produtor rural e ao campo, integra tecnologia e indústria. Além disso, é uma das bancadas mais organizadas do Congresso e estruturada com o Instituto Pensar Agro (IPA, com suporte técnico) e equipe capacitada. Sem dúvidas, a bancada será tão grande ou maior que a atual. Há "muitos nomes" aptos. O histórico contribui para essa leitura. Na eleição de 2018, cerca de 40% dos membros da FPA não se reelegeram no movimento de renovação do Congresso. Contudo, a frente iniciou o ano parlamentar de 2019 com 280 parlamentares acima dos 250 anteriores ao pleito de 2018. No Senado, a FPA já identificou possíveis senadores eleitos afinados com as pautas do setor. A lista inclui 16 novos nomes na Casa, sendo seis deles atuais deputados federais pela frente, o que inclui a ex-ministra Tereza Cristina (PP-MS) e o deputado Efraim Filho (União Brasil-PB).

Outros novatos no Senado "cobiçados" pela FPA são o ex-ministro Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro Sérgio Moro (União-PR), ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF), ex-secretário da Pesca do ministério da Agricultura Jorge Seif (PL-SC), e o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Na Câmara, nomes como o do ex-ministro do Meio Ambiente e eleito deputado federal, Ricardo Salles (PL-SP), e o coordenador da força-tarefa no Ministério Público Federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) são citados como alinhados ao setor produtivo e possíveis novos integrantes da frente. Para o Instituto Pensar Agro (IPA), a grande novidade do agronegócio neste pleito foi a eleição para o Senado, com muitos novos senadores com alguma afinidade com o setor. No Senado, há sempre dificuldade para passar as pautas do setor. A nova configuração dá mais tranquilidade nisso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.