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30/Set/2022

Produção Florestal atinge recorde de faturamento

De acordo com dados da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2021 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor da produção florestal brasileira, que inclui tanto a silvicultura quanto a extração vegetal, alcançou um recorde de R$ 30,1 bilhões em 2021, uma alta de 27,1% em relação a 2020. Em 2021, a silvicultura somou R$ 23,8 bilhões, o correspondente a uma fatia de 79,3% do valor da produção florestal do País. Houve avanço de 26,1% em relação ao desempenho de 2020. Já a participação da extração vegetal, que corresponde à coleta de produtos em matas e florestas nativas, totalizou R$ 6,2 bilhões, com alta de 31,5% em relação a 2020, o equivalente a 20,7% de todo o valor de produção florestal brasileira. O valor de produção foi impulsionado por uma alta de preços, com repasse de custos maiores e demanda aquecida, mas também crescimento na quantidade produzida. Com o aumento da demanda, os preços se elevaram.

Todos os produtos aumentaram muito mais em valor do que em quantidade. Na silvicultura, a produção de madeira em tora para papel e celulose subiu 1,5% em relação a 2020, mas o valor de produção aumentou 24,4%. A quantidade de madeira em tora destinada a outras finalidades cresceu 6,8%, enquanto o valor de produção saltou 28,6%. A produção de carvão vegetal teve uma elevação de 10,9% em 2021, mas o valor da produção teve uma expansão de 21,8%. No caso da lenha, a quantidade produzida subiu 2,3%, e o valor da produção avançou 16,2%. Isso tem a ver com o aumento da demanda que a gente comentou, uma oferta não muito grande desses produtos e os estoques reduzidos, e a questão cambial também influenciando tanto no aumento dos preços quanto no aumento dos custos para produzir esses produtos. O Brasil é maior exportador mundial de celulose, com 16,2 milhões de toneladas em 2021. A produção brasileira de madeira em tora para papel e celulose atingiu o segundo maior volume da série histórica em 2021, 89,1 milhões de metros cúbicos.

O recorde foi em 2018, com 92,7 milhões de metros cúbicos. Quase 75% da celulose brasileira tem como destino o mercado externo. No grupo de produtos não madeireiros da silvicultura, a resina registrou aumento de 125,1% na produção, gerando R$ 982,0 milhões em valor. A casca de acácia-negra teve aumento de 32,7% no valor da produção e de 11,2% na quantidade produzida. As folhas de eucalipto apresentaram aumento de 6,4% na quantidade produzida e redução de 14,0% no valor da produção. Em 2021, a área de florestas plantadas no País teve uma redução de 1,4% em relação a 2020, o que representa 138,9 mil de hectares de cobertura a menos, totalizando 9,5 milhões de hectares. A Região Sudeste foi a única que apresentou crescimento em 2021, com aumento de 30,7 mil hectares, alta de 0,9%. A Região Sul registrou um encolhimento de 2,7%. Juntos, eucalipto e pinus foram responsáveis por 96,0% das áreas cultivadas com florestas plantadas para fins comerciais no País.

As áreas de eucalipto somaram 7,3 milhões de hectares, enquanto as de pinus ocupavam 1,8 milhão de hectares. Na indústria de papel e celulose, enquanto o eucalipto serve de matéria-prima para a produção de celulose de fibra curta, utilizada principalmente na fabricação de papéis, como os de imprimir, escrever e para fins sanitários, a madeira de pinus é destinada à produção de celulose de fibra longa, utilizada na fabricação de papel de qualidade superior, que demanda maior resistência. A Região Sudeste tinha a maior área de florestas plantadas do País, com 3,6 milhões de hectares, enquanto a Região Sul detinha 3,1 milhões de hectares. O estado de Minas Gerais tem a maior área coberta com espécies florestais plantadas do País, com 2,1 milhões de hectares, crescimento de 0,5% em relação a 2020, extensão quase totalmente ocupada por eucalipto. São Paulo detém a segunda maior área de florestas plantadas, com 1,2 milhão de hectares, com 80,7% deles ocupados por eucalipto.

Entre os dez municípios com as maiores florestas plantadas do Brasil, cinco estão no Mato Grosso do Sul; três em Minas Gerais; um no Rio Grande do Sul; e outro na Bahia. Os produtos madeireiros responderam por 63,5% do valor da produção do extrativismo, após um aumento de 37,9% em relação a 2020, R$ 1,1 bilhão a mais, totalizando R$ 3,9 bilhões no ano de 2021. Portanto foi revertida a tendência dos últimos anos, em que a exploração extrativista de madeira vinha perdendo espaço no País, sendo gradativamente substituída pela originada em florestas cultivadas. Em 2021, a madeira em tora extraída da natureza teve aumento de 46,7% no valor da produção, diante de uma quantidade produzida 30,1% maior que em 2020. O valor de produção de lenha subiu 10,0%, enquanto a quantidade produzida caiu 1,3%. O valor de produção do carvão vegetal subiu 30,3%, e a quantidade extraída cresceu 18,2%.

Na atividade extrativista, os produtos não madeireiros têm grande relevância para os povos e comunidades tradicionais, contribuindo para o emprego da mão de obra e a melhoria da distribuição de renda. Em 2021, o valor da produção desses produtos não madeireiros do extrativismo cresceu 21,6%, somando R$ 2,3 bilhões. O grupo dos alimentícios, o maior entre os não madeireiros da extração vegetal, apresentou aumento de 13,4% na quantidade produzida e alta de 24,1% no valor da produção, para um total de R$ 1,9 bilhão. O açaí mantém a maior participação em valor no grupo, com uma fatia de 41,4%. As ceras tiveram valor de produção 15,8% maior em 2021, com quantidade apenas 1,0% superior à de 2020. Os oleaginosos tiveram recuo de 2,8% no valor de produção e queda de 13,8% na quantidade obtida. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.