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29/Set/2022

Índice de Preços ao Produtor registra recuo recorde

De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (28/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou queda recorde de 3,11% em agosto. A taxa de julho foi revista de um avanço de 1,21% para uma elevação de 1,13%. O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resultado, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou aumento de 7,91% no ano.

A taxa acumulada em 12 meses foi de 12,16%. Considerando apenas a indústria extrativa, houve queda de 14,18% em agosto, após a redução de 0,25% registrada em julho. A indústria de transformação registrou recuo de 2,46% em agosto, ante uma alta de 1,21% no IPP de julho. A queda de 3,11% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em agosto foi decorrente de recuos em 18 das 24 atividades pesquisadas. Apenas 8 tiveram aumentos, embora 3 deles muito próximos da estabilidade. A deflação registrada no setor industrial em agosto foi a taxa mais negativa desde o início da série histórica do IPP, em 2014.

O menor resultado antes dos -3,11% de agosto, havia sido em novembro de 2018, -1,62%. Nos últimos 37 meses, período que engloba o da pandemia, só houve dois resultados negativos: o atual e o de dezembro de 2021, -0,08%. O que em grande parte explica a redução, por um lado, é a apreciação Real frente ao dólar em agosto, que impacta negativamente tanto os preços das importações quanto os das exportações. Também houve influência da redução das cotações do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional, uma vez que esses produtos têm um efeito em cascata em boa parte da indústria.

A queda do óleo bruto de petróleo terá efeito direto no refino e em outros produtos químicos; além dos efeitos indiretos em outras cadeias com a queda nos preços dos combustíveis. O minério de ferro, quando os preços caem, afeta os setores de metalurgia, particularmente siderurgia, que, por sua vez, alcançará setores como os de produção de veículos e eletrodomésticos. No mês de agosto, as maiores quedas de preços ocorreram nas indústrias extrativas (-14,18%), refino de petróleo e biocombustíveis (-6,99%), metalurgia (-3,91%) e alimentos (-3,74%).

Por ordem de contribuição para o resultado final, a maior influência negativa foi de refino -0,95%, seguido por alimentos (-0,88%), indústrias extrativas (-0,79%) e metalurgia (-0,25%). No caso de alimentos, houve trégua no segmento de laticínios após meses de altas. Além da redução da demanda, houve importação desses produtos. Além disso, em outros segmentos, houve, por exemplo, uma maior oferta de carne de frango, fazendo o preço cair. O IBGE frisou ainda que a queda dos preços industriais não tem qualquer efeito do corte do ICMS, uma vez que os preços informados ao IPP são livres de impostos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.