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26/Set/2022

Dólar fecha em alta com a aversão externa ao risco

Após um descolamento do conturbado ambiente externo nos últimos dias, o Real foi dominado na sexta-feira (23/09) pela onda de aversão ao risco que tomou conta dos mercados mundo afora. Os maus resultados da economia europeia, atestada por leitura decepcionante de indicadores econômicos, e a perspectiva de aperto monetário mais intenso e forte nos Estados Unidos, dado o tom duro do Federal Reserve (Fed, o banco central-americano) no combate à inflação, provocou uma corrida global à moeda norte-americana e deprimiu os preços de commodities. Com o espectro de recessão nas economias desenvolvidas no radar, o dólar já iniciou a sessão em alta firme, acima de R$ 5,20, e correu até o patamar de R$ 5,25.

A máxima, de R$ 5,26 (+2,93%), veio nas últimas duas horas do pregão, em meio a uma queda mais aguda dos índices acionários em Nova York, replicada pelo Ibovespa, após fala do presidente do Fed, Jerome Powell. No fim da sessão, a moeda subia 2,62%, a R$ 5,24. Com isso, o dólar encerrou a semana com baixa de apenas 0,20%. No mês, apresenta ganhos de 0,90%. Segundo a Alphatree Capital, o Real vinha se segurando bem nos últimos dias, com desempenho bom frente a uma cesta de moedas. Mas, na sexta-feira (23/09), com as bolsas apanhando, queda das commodities e busca pela moeda norte-americana, não resistiu. Mas, a Alphatree Capital ainda mantém uma visão construtiva para ativos brasileiros, apesar das dúvidas em torno da política fiscal em 2023. A economia está crescendo e as taxas de juros são altas a favor do Real.

Do outro lado, tem a possibilidade de mais queda de commodities e o quadro de dólar forte no mundo. No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes) subiu mais de 1,5% e superou os 113,000 pontos, com máxima aos 113,228 pontos. O euro perdeu mais de 1,5% em relação ao dólar. A libra esterlina derreteu, com baixa superior a 3%, após o governo do Reino Unido anunciar plano de corte de impostos e subsídios, com custo estimado por analistas em mais 150 bilhões de libras nos próximos dois anos. Em discurso na sexta-feira (23/09), Jerome Powell afirmou que o Fed lida com uma situação econômica excepcional e que está comprometido a usar todas as ferramentas para ver a econômica superar esse período desafiador.

Para a Alphatree Capital, o mercado parece estar finalmente entendendo que o Fed vai fazer o que for necessário para conter a inflação, o que significa apertar as condições financeiras até que a economia desacelere e o mercado de trabalho esfrie. O Fed vai subir os juros e acabar gerando uma recessão. Os outros bancos centrais estão tentando reagir de uma forma atabalhoada, o que causa essa confusão nos mercados. O Banco Central brasileiro anunciou leilão de linha (venda de dólar com compromisso de recompra) de até US$ 2 bilhões, totalmente absorvido pelo mercado. Segundo operadores, a atuação do Banco Central não está relacionada à arrancada da moeda norte-americana, mas ao suprimento de uma demanda pontual por dólares para operação específica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.