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26/Set/2022

Alimentos: preços altos impactam nos mais pobres

O corte de impostos reduziu os gastos das famílias com combustíveis, energia e telecomunicações, mas o encarecimento dos alimentos segue pesando no orçamento doméstico, especialmente nos lares mais pobres. O gasto maior com comida reduz o espaço das famílias de renda mais baixa para o consumo de serviços e de bens não essenciais, além de dificultar o pagamento de dívidas e de contas em atraso. As famílias de renda mais baixa puxaram a inadimplência recorde no País em agosto: 33,1% dos lares com renda mensal de até dez salários-mínimos tinham contas ou dívidas em atraso, ante uma fatia de apenas 13,7% de famílias inadimplentes no grupo que recebia mais de 10 salários-mínimos mensais.

O endividamento também foi recorde no grupo de menor renda, com 79,9% dessas famílias com contas a pagar, ante 75,9% de endividados na faixa de maior renda. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em 2010 pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A inflação tem realmente pesado mais no orçamento das famílias de menor renda. Sobra menos dinheiro para pagar dívidas e o resto das contas e manter o nível de consumo. Então, a inflação é um dos pontos que explicam essa alta do endividamento e da inadimplência.

Em um ano, os preços dos alimentos subiram 13,43%, após já terem ficado 13,94% mais altos no ano anterior, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os alimentos para consumo no domicílio, aqueles comprados em supermercados, subiram ainda mais: a alta foi de 16,59% nos 12 meses terminados em agosto de 2021, seguida de nova elevação de 15,63% nos 12 meses seguintes, ou seja, de setembro de 2021 a agosto de 2022. Segundo a LCA Consultores, é uma inflação de dois dígitos na alimentação no domicílio, e ela vai continuar, grosso modo, sendo o dobro da inflação como um todo. Isso acaba afetando a família de mais baixa renda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.