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26/Set/2022

Eleições 2022: plano de Bolsonaro para agronegócio

Em busca da reeleição e contando com apoio majoritário do setor produtivo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não apresentou propostas específicas direcionadas ao setor. A ideia que permeia a sua campanha, segundo interlocutores, é "aprimorar os avanços" dos quatro anos de seu governo e dar continuidade à política agrícola vigente. O Brasil é uma potência agrícola, mas uma boa combinação de políticas permitiu alcançar a situação presente. Houve um avanço grande nos últimos anos no setor e é preciso atuar nos desafios da garantia à segurança alimentar e da conservação dos sistemas clímax. Outra fragilidade é a necessidade de mão de obra cada vez mais especializada para o setor, afirmou um interlocutor que ajudou a estruturar a base metodológica do programa de Bolsonaro. Até o momento, o programa de governo do atual mandatário registrado no Tribunal Superior Eleitoral conta apenas com diretrizes gerais para o agronegócio dentro do mote "promoção e fortalecimento da capacidade de agregação de valor da agropecuária e da mineração".

Um documento com ações voltadas ao setor está sendo gestado por membros do atual escalão do Ministério da Agricultura, mas deve ser publicizado apenas em caso de reeleição diretamente ao Congresso Nacional. Essas ações funcionarão como norte do novo mandato. A campanha defende que o principal é continuar o que está fazendo. A agricultura brasileira é uma das mais digitalizadas e internacionalizadas do mundo, ao se olhar qualidade do sistema de produção, protocolos e relação com fornecedores. Entre o rol de intenções agro do atual governo constam maior investimento para inovação tecnológica no campo, política de crédito agrícola mais focada na agricultura familiar, acelerar regularização fundiária, reduzir as desigualdades regionais da agricultura e maior modernização regulatória. Sobre a regularização fundiária, o atual governo entende que conseguiu equacionar a titulação de terras nos últimos anos e, agora, pretende avançar também na regularização ambiental das propriedades agrícolas.

No âmbito do crédito, além de aumentar a parcela de recursos de financiamento para pequenos e médios agricultores, o plano mira expandir os programas e políticas de acesso do campo ao mercado de capitais, diminuindo assim a dependência dos médios e grandes produtores ao crédito oficial. Internamente na campanha de Bolsonaro, não há consenso sobre os nomes que comandam o compêndio agro do programa de governo. Alguns interlocutores indicam o ministro Marcos Montes como coordenador do capítulo agrícola da gestão Bolsonaro. Outros citam o secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura e ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabhan Garcia, como o "01 do agro" da campanha à reeleição de Bolsonaro. Uma terceira parcela aponta um grupo formado por técnicos do ministério e ruralistas aliados ao presidente, como o produtor de soja e candidato ao Senado Antônio Galvan (PTB-MT), como responsáveis pelas propostas dirigidas ao setor. Algumas fontes ainda sinalizam que o programa agro está sendo liderado por militares ligados ao candidato a vice na chapa de Bolsonaro, general Braga Netto (PL). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.