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23/Set/2022

Dólar em baixa com menor percepção de risco fiscal

Após um início de sessão marcado por instabilidade e trocas de sinal, o dólar se firmou em baixa no mercado doméstico nas últimas horas desta quinta-feira (22/09), em meio à arrancada do Ibovespa, na contramão da Bolsa de Nova York, ao fortalecimento de divisas emergentes e à redução da alta da moeda norte-americana em relação a pares fortes. Com renovação sucessiva de mínimas na reta final do pregão, quando rompeu o patamar de R$ 5,11 e desceu até R$ 5,10, o dólar encerrou em baixa de 1,13%, a R$ 5,11. Com isso, a moeda passa a acumular perdas de 2,76% na semana. Segundo analistas, o Real e os demais ativos brasileiros se portaram muito bem no "day after" à decisão e ao tom duro do Federal Reserve (Fed, o banco ventral norte-americano). O desempenho da moeda brasileira, em particular, é atribuído em parte à diminuição da percepção de risco fiscal, sobretudo após o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles dar seu apoio formal ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas.

Outros pontos são o fato de o Banco Central brasileiro ter saído na frente no ajuste da política monetária, encerrado com manutenção da Selic em 13,75%, e o avanço surpreendente do PIB neste ano. Segundo a Venice Investimentos, mais uma vez a moeda brasileira se destaca. É natural que haja volatilidade diante do ambiente global. O dólar pode subir até R$ 5,25 no curto prazo, porém, pelos fundamentos locais e potencial fluxo, a taxa deve ficar mais perto de R$ 5,10. O C6 Bank viu como exagerada a reação do mercado de câmbio ao apoio formal de Henrique Meirelles ao ex-presidente Lula, uma vez que tanto o petista quanto o presidente Jair Bolsonaro já acenaram que não tem compromisso com a manutenção do teto de gastos, pelo menos não no formato atual. Mas, é fato que, desde a aparição de Meirelles ao lado de Lula, o Real tem tido uma performance melhor que outras moedas. Mesmo em dia em que o dólar subiu no exterior, o Real se descolava. A performance está melhor agora. O juro real elevado é um dos determinantes da trajetória da moeda no curto prazo. Como há previsão de aumento da dívida líquida no ano que vem, a projeção do C6 Bank para o dólar é superior à do mercado, a R$ 5,50 para o fim deste ano e de R$ 5,80 no próximo ano.

Como esperado, o Fed elevou a taxa básica norte-americana em 75 pontos-base, para a faixa 3% a 3,25%. As projeções econômicas de integrantes do Fed desenharam, contudo, um quadro desafiador para a economia dos Estados Unidos: desaceleração da atividade, juros em níveis restritivos e inflação ainda resistente a caminhar rumo à meta. Com perspectiva de taxa básica norte-americana acima de 4% e juros reais ao longo de toda a curva, segundo palavras do presidente do Fed, Jerome Powell, os retornos dos Treasuries escalaram e o dólar experimentou uma roda de fortalecimento na comparação com seus pares, à exceção do iene, que se fortaleceu após intervenção do governo. O Fed estava atrás da curva e agora não está mais. Ele sinalizou que os juros vão ser restritivos até 2025. O C6 Bank prevê um dólar globalmente forte e tempos difíceis para as bolsas no exterior. Enquanto o mundo não estiver crescendo, um ciclo de dólar fraco é muito difícil. China e Europa estão desacelerando. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.