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23/Set/2022

Brasil: impacto dos juros altos no setor de energia

Os juros em patamares elevados e a alta das commodities têm impactado o custo de capital das empresas do setor elétrico, com reflexo nos preços dos contratos de compra e venda (PPAs) para a energia produzida em novas usinas eólicas e solares. A inflação generalizada de insumos básicos, como aço e silício, em decorrência da pandemia, chegou a elevar em mais de 20% o capex de novos projetos de usinas e redes de transmissão. A manutenção da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 13,75% por mais tempo, e o dólar acima de R$ 5,00 também pesam. Diante desse cenário, segundo o setor, a tendência para o médio e longo prazos é que o megawatt-hora (MWh) seja negociado em torno de R$ 210,00 nos próximos anos. Nos próximos anos os preços serão impactados pelo custo marginal de expansão, que está mais alto.

Para a Alupar, essa pressão de custos deve se refletir principalmente nos contratos de PPA. Contudo, o mercado pode se ajustar. Não há como viabilizar projetos nessas duas fontes com preços que não sejam acima de R$ 200,00 por Mwh. Apesar da pressão dos custos e da elevação nos preços dos contratos, a Vestas afirma que a demanda por energia continua aquecida. Portanto, esse cenário não deve significar desestímulo para a expansão. O planeta continua precisando gerar energia renovável, e a segurança energética hoje é uma pauta global, mas com o custo de capital maior, acaba desencadeando discussões em toda a cadeia de valores, puxando os preços para cima. Esse impacto no preço da energia é sentido num período entre 12 e 18 meses, quando os equipamentos contratados sob o panorama atual de custos começam a operar. O maior problema é que isso gera um impacto longevo no consumidor final e na economia.

Outra fornecedora de equipamentos para o setor elétrico, a Hitachi Energy, considera a inflação em materiais básicos como o maior desafio a ser enfrentado. A inflação das commodities é o maior problema, e não há uma previsão de que ela caia tão cedo. A Ativa Research avalia que o custo de capital maior é um problema para empresas que precisam de capital intensivo e afeta também as transmissoras de energia. Esse cenário deve se refletir no próximo leilão de transmissão, levando as empresas a negociarem antecipadamente com fornecedores, como forma de diminuir riscos, e a estratégias de formação de consórcios para a disputa dos lotes. As empresas precisam ser mais assertivas, então elas vão buscar projetos nos quais possam buscar sinergias, e vão precisar investir mais em engenharia financeira e na formação de consórcios. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.