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23/Set/2022

Rússia ameaçando o Ocidente com guerra nuclear

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou na quarta-feira (21/09), a primeira mobilização de reservistas do país desde a 2ª Guerra. Em um raro anúncio feito pela TV, ele convocou 300 mil soldados e ameaçou retaliar o Ocidente com “todos os meios disponíveis”. A inclusão do arsenal nuclear entre as alternativas russas evidencia as dificuldades da Rússia no conflito. Nos últimos dias, a Ucrânia tem retomado território ocupado pelas tropas russas, que vêm recuando rapidamente. Putin pretende anexar as áreas após referendos programados para começar nesta sexta-feira (23/09) e durar cinco dias. Ele afirmou que se a integridade territorial da Rússia estiver ameaçada, todos os meios disponíveis serão usados. Segundo Putin, a Rússia enfrenta mil quilômetros de linha de frente contra o Ocidente na Ucrânia (uma referência à ajuda de bilhões de dólares em armas e inteligência fornecidas por Estados Unidos e aliados europeus). Caso as populações das quatro regiões - Kherson, Zaporizhzia, Donetsk e Luhansk - aprovem a anexação, a Rússia passaria a considerá-las como parte de seu próprio território.

Isso tornaria uma agressão ucraniana uma ação contra a Rússia e justificaria um contra-ataque agressivo, que poderia incluir o uso de armas nucleares. O governo da Ucrânia considera os referendos “a pá de cal” em qualquer possibilidade de acordo de paz. A comunidade internacional não irá reconhecer esses territórios como parte da Rússia. Líderes Ocidentais afirmaram que o anúncio da mobilização de reservistas é uma resposta da Rússia às recentes perdas no campo de batalha. Discursando na Assembleia-Geral da ONU, algumas horas após o pronunciamento de Putin, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que as ameaças mostraram o desrespeito do governo russo com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). “Uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deveria ser travada”, reagiu Biden. “Putin fez ameaças nucleares abertas contra a Europa. Agora, está convocando mais soldados para se juntar à luta, e organizando um referendo falso para tentar anexar partes da Ucrânia, uma violação extremamente significativa da Carta da ONU”, disse Biden.

“A Ucrânia tem os mesmos direitos de todas as nações soberanas. Seremos solidários à Ucrânia contra a agressão da Rússia, e ponto final”, concluiu Biden. O presidente norte-americano considerou que a fala de Putin, que diz que teve de agir porque a Rússia foi ameaçada, não corresponde à realidade, pois nenhum país ameaçou a Rússia, e ninguém, exceto a Rússia, buscou a guerra. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também criticou as ameaças de Putin e as considerou medidas de escalada do conflito, prometendo apoio contínuo à Ucrânia. “Esta é uma retórica nuclear perigosa e imprudente”, afirmou Stoltenberg. O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, comentou o pronunciamento em entrevista ao jornal alemão Bild. “Putin quer afogar a Ucrânia em sangue, mas também no sangue de seus próprios soldados”, afirmou Zelenski. “Eles (os soldados russos) vêm à Ucrânia para morrer.” Em discurso pré-gravado na Assembleia-Geral da ONU, Zelenski defendeu a criação de um tribunal especial para julgar a Rússia pelos crimes cometidos durante o conflito. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.