ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

22/Set/2022

Dólar fecha em alta com elevação de juros nos EUA

A volatilidade tomou conta do mercado doméstico de câmbio nesta quarta-feira (21/09), com o dólar apresentando trocas constantes de sinal à medida que investidores assimilavam as novas projeções econômicas de integrantes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e declarações do chairman Jerome Powell em entrevista coletiva. Como esperado pela ala majoritária do mercado, o Fed elevou a taxa de juros em 75 pontos-base, para a faixa entre 3% e 3,25%, e antecipou em seu comunicado que haverá novas elevações.

Em um primeiro momento, o dólar ganhou força e correu até a máxima da sessão, a R$ 5,19. O impulso comprador rapidamente deu lugar a uma forte instabilidade ao comportamento da moeda norte-americana no Brasil e no exterior. Nos momentos mais favoráveis a ativos de risco, com queda mais acentuada das taxas dos títulos norte-americanos de 10 e 30 anos, o dólar chegou a trabalhar abaixo de R$ 5,13 e aproximar-se da mínima da sessão (R$ 5,12). Entre idas e vindas, prevaleceu o sinal positivo e o dólar encerrou cotado a R$ 5,17, em alta de 0,40%.

Como recuou nos dois pregões anteriores, a divisa apresenta baixa de 1,64% no acumulado da semana. O cenário desenhado pelo Fed é de taxa de juros acima de 4%, desaceleração da atividade econômica e inflação ainda em níveis elevados. Para a Veedha Investimentos, foi a confirmação de que o Fed vai adotar a estratégia de manutenção de juro elevado por tempo prolongado. E isso aumenta o risco de forte desaceleração econômica nos Estados Unidos. Para o Banco Fibra, tanto a decisão de elevar os Fed Funds em 75 pontos-base quanto a revisão das projeções do Fed para a taxa de juros não surpreenderam os investidores.

Apesar de muita volatilidade e da alta global do dólar, não houve uma deterioração aguda dos ativos de risco. O juro acima de 4% no fim deste ano está em linha com o que vinha sendo precificado pelo mercado nas últimas semanas, com o discurso do Fed nos últimos 30 dias. Nesta quarta-feira (21/09), o Fed apenas chancelou tudo o que havia dito antes. O discurso do presidente do Fed não trouxe novidade em relação a declarações recentes. Implicitamente, Powell deu a entender que a precificação do mercado está correta. Ele não trouxe um discurso ainda mais 'hawk' do que o comunicado.

Além das expectativas para o nível de aperto monetário nos Estados Unidos, o Real tem refletido nos últimos dias questões internas, como a sinalização positiva para a política fiscal em um eventual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o anúncio do apoio formal do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles ao petista. O gesto de Henrique Meirelles acabou ajudando o Real. Mas, há outros fatores como a perspectiva de manutenção de política monetária frouxa ou até novos estímulos na China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.