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22/Set/2022

PIB do Agronegócio sofre retração no 2º trimestre

O PIB do agronegócio brasileiro recuou 1,7% no segundo trimestre de 2022, acumulando baixa de 2,48% no primeiro semestre deste ano. Esse resultado negativo está atrelado em grande medida à forte alta dos custos com insumos no setor, tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias. Além disso, é importante ressaltar que essa queda se verifica frente ao patamar recorde de PIB alcançado em 2021. Considerando-se os desempenhos parciais da economia brasileira e do agronegócio, estima-se que a participação do setor no total fique em por volta de 25,5% em 2022, pouco abaixo dos 27,5% registrados em 2021. No segundo trimestre, cálculos mostram retração de 2,01% no PIB do ramo agrícola e de 0,82% no pecuário. Assim, no semestre, o ramo agrícola acumula baixa de 2,71% e o pecuário, de 1,82%.

A retração do PIB do ramo agrícola decorreu especialmente da forte alta dos custos com insumos para a produção agrícola (dentro da porteira). Isso pode ser visto pela queda do PIB do segmento primário agrícola (14,01%), concomitante ao forte aumento do PIB do segmento de insumos (31,81%). A agroindústria de base agrícola teve desempenho modesto no semestre, com aumento de 0,45% no PIB. Embora os preços médios desse segmento estejam em elevados patamares, o PIB tem sido pressionado negativamente pela redução da produção (frente à do ano passado) em setores relevantes. Ademais, a agroindústria, de modo geral, tanto de base vegetal como animal, também tem sido pressionada pelo avanço dos custos. Além dos maiores preços das matérias-primas agropecuárias, outros custos industriais gerais têm se elevado. Esse estreitamento das margens nos segmentos a montante, aliado às menores produções de soja e de outros produtos agrícolas e agroindustriais, explica a queda semestral do PIB dos agrosserviços do ramo (2,93%).

Quanto ao ramo pecuário, para o segmento primário (pecuária dentro da porteira), embora o faturamento médio desse segmento esteja em certa medida estagnado frente ao ano passado, sendo observada uma acomodação dos preços pecuários, houve algum alívio dos custos ao longo do primeiro semestre, em relação ao patamar expressivamente elevado alcançado em 2021. Esse alívio, em especial a redução dos preços de rações e medicamentos, explica a queda do PIB do segmento de insumos pecuários, de 2,45% no semestre, e o aumento de 1,7% no PIB primário pecuário. A retração do PIB da agroindústria da pecuária (3,44%) reflete o aumento dos custos industriais a taxas superiores às do crescimento esperado para o faturamento. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.