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22/Set/2022

Tendência para os preços dos grãos em setembro

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), após o recuo dos preços do trigo em agosto, na comparação com julho, e da estabilidade dos preços do milho, a tendência é de valorização destes produtos a partir de agora. Para a soja, cujos valores caíram no mês passado, a perspectiva é de preços sustentados. No caso do milho, os preços ficaram praticamente estáveis entre julho e agosto, subindo 0,7% apesar da colheita da 2ª safra de 2022, com o valor médio do cereal em agosto em R$ 1.376,00 por tonelada. Na comparação com agosto do ano passado, os preços atuais estão 16,3% mais baixos. Nos Estados Unidos, os preços (US$-FOB) recuaram 10,3% em comparação aos de julho e ficaram 12,9% mais altos do que em agosto de 2021. No mercado internacional, os preços seguem em patamares elevados, porém com grande volatilidade, devido à redução da produção mundial, além do impasse do conflito na Ucrânia, importante país produtor e exportador.

Em relação ao trigo, o preço médio no mês passado foi de R$ 1.942,00 por tonelada. Houve queda dos preços no mercado local ao longo de agosto, influenciada pela alta produção da safra. O preço do trigo nacional (tomando por base o Paraná) caiu 10,5% em agosto ante julho, porém ficou 18,9% mais alto do que em agosto do ano passado. Na Argentina, os preços caíram 9,17% entre julho e agosto, depois de baterem recorde em maio. Na comparação com agosto de 2021, o trigo argentino também está mais alto agora, 33,2%, com base no valor FOB em dólar em Rosario. Para setembro, a previsão é de que a maior oferta interna do cereal pode trazer recuos de preços, ainda altos, mesmo que estes continuem firmes em virtude do quadro de oferta restrita.

Para as cotações internacionais, é esperada forte volatilidade em razão de uma possível piora na oferta global e dos desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia. Por outro lado, os preços podem sofrer uma acomodação no curto prazo, devido à colheita no Hemisfério Norte e ao aumento de estoques, segundo estimativa Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Para a soja, a perspectiva é de que os valores permaneçam altos no mercado interno, refletindo preços internacionais também elevados. A situação não resolvida na Europa Oriental e o clima incerto na América continuam elevando a volatilidade dos preços internacionais da soja, seja pela pressão nos custos de produção (fertilizantes e combustíveis) ou pela maior demanda por derivados de soja. Em agosto, o preço médio da oleaginosa foi de R$ 3.031,00 por tonelada.

Houve queda de 1,5% dos valores locais em agosto ante julho, porém alta de 8,2% em relação a agosto de 2021. Nos Estados Unidos, houve queda de 1% nos preços em agosto deste ano, mas alta de 14,6% ante agosto do ano passado (valor em dólar, FOB). No que se refere ao óleo de soja, cujo preço médio em agosto foi de R$ 10.527,00 por tonelada, as cotações no mercado internacional vêm caindo, influenciadas pelo retorno das exportações de óleo de palma da Indonésia e da redução dos preços do petróleo. No mercado interno, houve alta de 2,8% em agosto na comparação com julho e de 24,3% ante agosto de 2021. Os preços internacionais subiram 4,1% ante julho e 11,1% em relação a um ano atrás. A tendência é de queda dos preços do óleo de soja no mercado interno, acompanhando as cotações internacionais, que tendem a recuar com o retorno da Indonésia ao mercado de óleo de palma, a acomodação dos preços do petróleo no curto prazo e o aumento das projeções para produção, esmagamento e estoque.

Quanto ao açúcar, observou-se estabilidade de preços domésticos (R$ 2.148,00 por tonelada em média em agosto) na comparação com julho e com agosto do ano passado. No mercado internacional também houve estabilidade ante julho, mas queda de 13,0% na comparação com um ano atrás. A tendência é de aumento da produção de açúcar pelas usinas, tendo em vista que a redução na alíquota de impostos sobre a gasolina diminui a competitividade dos preços do etanol. No mercado interno, os preços seguem estáveis no curto prazo. Sobre o café robusta, com preço médio de R$ 12.219 por tonelada em agosto, houve alta de 2,7% dos preços ante julho, devido ao aumento da proporção utilizada em blends, já que valor do arábica está muito elevado. Também foi verificado aumento de 14,9% em comparação a agosto de 2021.

No mercado internacional (EUA) os preços tiveram alta de 9,4% ante julho e de 15,1% sobre agosto de 2021. A perspectiva é de elevação dos preços do café robusta (conilon) no curto prazo, acompanhando o preço do arábica. Mas, à medida que a colheita da nova safra avance, a situação pode arrefecer. O café robusta está aumentando sua competitividade, sendo cada vez mais utilizado na produção de cafés ao redor do mundo. Em relação ao arroz, o preço médio, de R$ 1.275,00 por tonelada, ficou estável na comparação com julho e caiu levemente (0,9%) ante agosto do ano passado. Os preços internacionais avançaram 3,1% ante julho e 6,9% sobre agosto do ano passado (US$ FOB Tailândia). Para o mês atual, a tendência é de preços firmes e possível alta moderada, sustentados pela gradual retomada das exportações e do consumo interno, principalmente por causa da ajuda governamental à população.

No mercado internacional, a perspectiva também é de cotações firmes, influenciadas por estimativas de queda da produção de países como Bangladesh e Índia e pela taxa de exportação imposta pela Índia, maior exportador mundial. Para o leite, há forte possibilidade de queda no preço no mercado interno, devido à perspectiva de aumento sazonal da produção após o retorno das chuvas. No cenário internacional, os preços de leite em pó podem passar por um arrefecimento, em função das projeções de aumento de oferta, segundo o USDA. Em agosto, o valor médio de R$ 28.566,00 por tonelada, considerado elevado, decorreu da menor oferta ante o mês anterior, devido aos altos custos de produção. Houve alta de 11,8% ante julho e de 51,3% em relação a agosto do ano passado. No mercado internacional, os preços do leite em pó (FOB US$-Nova Zelândia) caíram 10,5% em relação a julho e 4,1% ante agosto de 2021. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.