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22/Set/2022

Eleições 2022: Lula faz acenos para o agronegócio

O coordenador do programa de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Aloizio Mercadante, avaliou a entrevista gravada e concedida por Lula ao Canal Rural, emissora de TV do grupo J&F, como positiva. A entrevista foi considerada muito boa para Lula explicar vários pontos importantes. Não tem impacto eleitoral, mas é um setor estratégico. Conforme Mercadante, o ex-presidente aproveitou o espaço para explicar sua visão sobre uma agricultura moderna, produtiva e com sustentabilidade. Ele deu ênfase na recuperação de pastagem degradada que podem ser convertidas em terras agricultáveis.

Em eventual novo governo, Lula tende a estruturar política de crédito específica para recuperação de pastagens degradadas, vinculada à agricultura de baixo carbono. Soberania alimentar passa pela agricultura. O objetivo é unir a reindustrialização do País com a vocação do agro. A estratégia da campanha petista era usar a entrevista como espaço para conciliação e pacificação do Lula com o setor produtivo. Interlocutores disseram que a pretensão de Lula era levantar uma "bandeira branca" com o agronegócio. Lula destacou a importância da produção agrícola aliada à preservação ambiental.

Ele disse que é possível produzir com as áreas já abertas do Brasil e que não há necessidade de se derrubar mais uma árvore. Ele também defendeu a soberania do Brasil nas questões envolvendo a Europa. Em claro aceno ao setor, Lula ressaltou que o Brasil possui capacidade para alimentar o mundo com uma capacidade produtiva muito grande e disse que o “País é abençoado por Deus em virtude do agronegócio”. A retração que era esperada por alguns interlocutores após o ex-presidente associar parcela do setor ao "fascismo" e ao "desmatamento" ocorreu parcialmente.

Questionado sobre o assunto, Lula não se desculpou com o setor, mas respondeu que, em todos os setores da sociedade, existem pessoas mais democráticas e outras mais radicais. O ex-presidente também abordou temas delicados ao setor, dizendo que é a favor do marco temporal indígena. Sobre armamento, o ex-presidente se declarou contrário à política do armamento, porém afirmou não ver problema em o produtor rural ter uma arma para se proteger. Lula pretende levantar uma "bandeira branca" ao agronegócio após declarações recentes que desagradaram ao setor.

Na entrevista ao Canal Rural, emissora de TV do grupo J&F, Lula optou pelo tom pacificador e de reconhecimento da importância do setor, disseram o empresário de sementes de soja Carlos Augustin, o deputado federal Neri Geller (PP-MT) e o senador licenciado Carlos Fávaro (PSD-MT). Eles compõem o núcleo de interlocução da campanha petista com o setor produtivo. Segundo Neri Geller, Lula desmentiu as fakes news de que defende invasão do MST e desapropriação de terras e mostrar o agro que todos querem: proativo no mundo, que é contra trabalho escravo e desmatamento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.