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21/Set/2022

ILPF e os benefícios para a agricultura sustentável

Quando ministro da Agricultura, recebi das mãos do maior brasileiro vivo, Alysson Paolinelli, os estudos feitos pela Embrapa, a partir de trabalhos anteriores realizados por produtores rurais, e que davam conta de um verdadeiro "ovo de Colombo" para a agricultura tropical sustentável do planeta, chamado de integração lavoura/pecuária/floresta, o ILPF. Era tão notável a inovação que chamei a pesquisadora Marisa Borges, e pedi a ela para formular um plano de governo para estimular a expansão desse modelo de produção. A dedicada Marisa buscou o conhecimento integral sobre o tema, ouviu o grande líder embrapiano do programa, João Kluthcouski, e preparou um projeto que, lançado no ano seguinte, teve um impacto extraordinário na atividade rural do País, sendo a base do programa de governo organizado mais tarde, o celebrado Plano ABC.

Nas palavras de Paolinelli, o ILPF "é a grande descoberta da atividade agrícola do mundo: numa mesma área, com o mesmo homem, a mesma máquina, trabalha-se o cultivo de várias variedades, e ainda se planta uma caderneta de poupança chamada floresta. É o novo conceito de manejo de solo, planta e sustentabilidade, que gera recordes sucessivos e que vai naturalmente levar o País a uma liderança na produção mundial de alimentos". Os benefícios do ILPF são evidentes, tanto no aspecto ambiental (conservação do solo, mitigação de GEE, redução de demanda por mais áreas), quanto no social (serve para qualquer tamanho de produtor, reduz a desigualdade no campo, estimula a qualificação profissional) e econômico (aumento da produtividade e da renda, redução do custo de insumos, maior eficiência no uso dos recursos naturais).

São, portanto, benefícios na "veia" da sustentabilidade. A meta estipulada pelo Plano ABC em 2009 era aumentar em 4 milhões de hectares a área de ILPF até 2020. Foi amplamente superada: entre 2010 e 2015, o incremento foi de 5,83 milhões, e hoje, segundo a Embrapa, se estima que esta área supere 17 milhões de hectares. Mato Grosso do Sul lidera, com mais de 3,1 milhões, seguido por Mato Grosso e Rio Grande do Sul, com 2,2 milhões cada um e por Minas Gerais, com 2 milhões, e Goiás, com 1,45 milhão. As metas para 2030 são uma ambição das mais nobres. Fonte: Roberto Rodrigues - Broadcast Agro.