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21/Set/2022

Agenda Verde: setor privado se afasta do governo

O setor privado brasileiro quer marcar território na agenda climática de Nova York, que acontece todo ano no mês de setembro, em paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). O objetivo é vender o Brasil no exterior, em um esforço para posicioná-lo como uma potência verde, assumindo o protagonismo dessa agenda, na contramão da gestão Bolsonaro, criticada pela ausência de políticas ambientais no contexto internacional. Para isso, o 'Brazil Climate Summit', realizado entre os dias 15 e 16 de setembro na Universidade de Columbia, às vésperas da 'Clima Week NY', o maior evento com a temática clima do mundo e que ocorre nesta semana, deve passar a ser um fórum permanente em Nova York. Segundo a EB Capital, o evento não pode parar e, independente do governo, o objetivo das empresas é “tomar a rédea” e levar uma oportunidade concreta de o Brasil dar certo.

A proposta do evento, que começou a ser gestado no meio da pandemia, foi criar uma ponte entre vários agentes, indo além do público de sustentabilidade. O fórum atraiu cerca de 600 pessoas durante dois dias na Universidade de Columbia, em Manhattan, dentre os quais, alunos e ex-alunos, especialistas na agenda verde, executivos de empresas, de bancos e investidores internacionais. Uniu, assim, desde nomes referência como o do ex-CEO da Unilever, Paul Polman, à presidente do UBS no Brasil, Silvia Coutinho. O diretor da gestora de ativos ambientais Reservas Votorantim, David Canassa, ficou surpreso com o público e o avanço da agenda verde nas empresas brasileiras. Há cinco anos, isso era impensável.

À medida que iniciativas adotadas por empresas de capital aberto, isso toma outra proporção porque os investidores começam a cobrar. Tal avanço se deu apesar da pandemia. Dentre os temas debatidos, a necessidade de estruturas financeiras para apoiar uma agenda verde no Brasil. O Bank of America mostrou um raio-x do mercado brasileiro. Há um estoque de US$ 19 bilhões de emissões de dívida externa no País com perfil ESG (questões ambientais, sociais e de governança), com foco exclusivamente no setor privado. Somente US$ 1 bilhão referem-se a um título soberano. Se considerar o volume de emissões domésticas, o tamanho do mercado do Brasil é próximo ao do Chile, que é o maior da América Latina. Há bastante interesse de investidores nas emissões ESG. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.