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19/Set/2022

Dólar emendou a segunda sessão seguida de alta

O dólar emendou na sexta-feira (16/09) a segunda sessão consecutiva de alta, flertou com o rompimento do teto de R$ 5,30 nos momentos de maior estresse e encerrou a semana com valorização superior a 2%. A rodada de depreciação do Real veio na esteira de uma busca global pela moeda norte-americana diante da perspectiva de alta mais intensa e prolongada da taxa de juros dos Estados Unidos, após o índice de preços consumidor (CPI) em agosto surpreender para cima na terça-feira (13/09). Redução das expectativas de inflação para um e cinco anos revelada com a divulgação do índice de sentimento do consumidor nos Estados Unidos, da Universidade de Michigan, trouxe alívio momentâneo na pressão compradora, mas não conseguiu fazer o dólar trocar de sinal.

Já é dado como certo que, na quarta-feira (21/09), o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai promover, ao menos, nova elevação de 75 pontos-base da taxa básica, hoje no patamar entre 2,25% e 2,50%. Apostas em desaceleração para aumento de 50 pontos-base não apenas foram eliminadas como deram lugar a chances, embora minoritárias, de uma aceleração para 100 pontos-base. Mais: o mercado já espera Fed Funds superior a 4% no fim do atual ciclo de aperto. Segundo a Armor Capital, o último dado de inflação (CPI) foi bem ruim, com números bastante pressionados, espalhamento e alta na margem de serviços e de bens. A inflação no curto prazo não permite ao Fed reduzir o ritmo. Essa constatação de que o problema da inflação é um pouco maior do que se imaginava gera também discussão de final de ciclo.

O Fed poderá aumentar as projeções nos gráficos de pontos para algo como 4,5%. Na semana passada, o juro real para 10 anos nos Estados Unidos tocou 1%, no maior patamar desde 2018. Na sexta-feira (16/09), as taxas dos Treasuries de 2 anos e 10 ano recuaram ao longo da tarde, em uma leve correção da escalada dos últimos dias. O índice DXY, que chegou a superar os 110,000 pontos, com máxima aos 110,260 pontos, também perdia parte do ímpeto e rodava a estabilidade, na casa dos 109,700 pontos. O euro apresentou leve alta em dia no qual foi revelada que a taxa de inflação na zona do euro acelerou de 8,9% em julho para 9,1% na leitura final de agosto, nova máxima histórica. Em relação a divisas emergentes, o comportamento da moeda norte-americana foi misto, com alta frente ao rand sul-africano, queda frente ao peso chileno e oscilações marginais diante do peso mexicano.

No Brasil, o dólar abriu em alta e trabalhou sempre com sinal positivo. Na máxima, rompeu o teto de R$ 5,30 e tocou R$ 5,31. Com moderação dos ganhos ao longo do dia, em sintonia com o ambiente externo, a moeda encerrou a sexta-feira (16/09) com valorização de 0,38%, a R$ 5,25. Depois de cair 0,72% na semana passada, o dólar acumulou alta de 2,17% na semana passada. Assim, a divisa agora exibe ganhos de 1,11% em setembro. No ano, ainda apresenta perdas (de 5,68%). Dados mais recentes de fluxo cambial na semana passada e da bolsa mostram que houve realmente saída de capital externo pela conta de capital neste mês. A B3 informou que os investidores estrangeiros retiraram R$ 500,116 milhões na sessão de quarta-feira (14/09), o que levou a retirada líquida da Bolsa em setembro a R$ 1,729 bilhão. No ano, o aporte estrangeiro na B3 está positivo em R$ 68,424 bilhões.

Segundo o Banco Ourinvest, tem uma preocupação grande com o crescimento global por conta do aumento de juros nos Estados Unidos e na Europa, o que tem provocado aversão ao risco. Esse ambiente de cautela deve permanecer com o mercado esperando novos sinais do Fed e do Copom na super quarta (21/09). A Armor observa que, apesar de sofrer nos últimos dias com a aversão ao risco e o fortalecimento global do dólar, o Real tem conseguido manter uma performance relativa razoável na comparação com seus pares. O Brasil tem diferencial de juros, de crescimento e o fato de o exportador estar trazendo mais recursos. Isso impacta na performance relativa do Real. De todo modo, o País não consegue ficar totalmente imune ao risk off, tanto que o dólar se aproximou de R$ 5,30. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.