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19/Set/2022

Tecnologia: dados sobre acesso à internet no Brasil

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2021, a Pnad TIC, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pandemia de Covid-19 acelerou nos últimos dois anos o acesso à internet no Brasil, mas 7,280 milhões de famílias permaneciam sem conexão à rede em casa em 2021. Cerca de 28,2 milhões de brasileiros de 10 anos ou mais de idade não usavam a internet, sendo 3,6 milhões deles estudantes. Os excluídos digitais representavam 15,3% da população com 10 anos ou mais de idade. Dois em cada dez apontaram motivos financeiros para a falta de acesso à internet: 14,0% disseram que o acesso à rede era caro, e outros 6,2% declararam que o equipamento eletrônico necessário era caro. Os dois motivos mais mencionados para a exclusão digital foram não saber usar a internet (42,2%) e falta de interesse em acessar a internet (27,7%).

Entre os estudantes que não tinham internet, a maioria esmagadora frequentava a rede pública de ensino: 94,7%. Os estudantes de 10 anos ou mais que ainda eram excluídos digitais em 2021 relataram maior peso da questão financeira para o problema: 25,1% consideravam o serviço caro e 18,3% afirmaram que o equipamento necessário para o acesso era caro. As demais razões apontadas para a falta de acesso à rede foram ausência de interesse (17,5%), não saber utilizar (15,9%) e falta de disponibilidade do serviço nos locais que costumava frequentar (10,6%). A exclusão digital era mais grave no pré-pandemia, quando havia 37 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais de idade sem acesso à internet, 8,8 milhões de pessoas a mais que em 2021. Em 2019, 11,365 milhões de lares estavam desconectados da rede, 4,085 milhões a mais que em 2021.

No ano passado, entre os 183,9 milhões de brasileiros de 10 anos ou mais de idade, 84,7%, ou 155,7 milhões, utilizaram a internet. Entre as mulheres, 85,6% estavam conectadas, ante uma proporção de 83,7% dos homens. Na população que usava a internet, o meio de acesso mais adotado foi o telefone móvel celular, mencionado por 98,8% dos conectados, seguido pela televisão (45,1%), pelo microcomputador (41,9%) e pelo tablet (9,3%). É a primeira vez que a televisão supera o microcomputador no acesso à internet, a primeira vez que a televisão fica em segundo lugar no acesso à internet. A principal finalidade da internet foi conversar por chamadas de voz ou vídeo (mencionada por 95,7% dos usuários), ultrapassando assim o envio ou recebimento de mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos (com 94,9% das menções), seguida pela opção de assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (89,1%) e enviar e receber e-mail (62,0%).

Os domicílios com internet que utilizavam a conexão discada eram apenas 0,1% do total conectado em 2021. Até 2019, ambos os tipos de conexão por banda larga mostraram gradual sentido de crescimento nos domicílios, ao passo que, em 2021, a banda larga móvel (3G ou 4G) se reduziu e a fixa aumentou, fazendo com que, pela primeira vez na série, a proporção de domicílios com acesso à banda larga fixa superasse a da banda larga móvel. Nos domicílios com internet, o percentual com banda larga móvel passou de 81,2% em 2019 para 79,2% em 2021, enquanto a fatia com banda larga fixa aumentou de 78,0% para 83,5%. Na Região Norte, a banda larga fixa avançou de 54,7% dos domicílios conectados em 2019 para 70,5% em 2021. No ano passado, 155,2 milhões de pessoas tinham aparelho de telefone celular no País, 84,4% da população com 10 anos ou mais.

Entre os 28,7 milhões sem telefone celular, 8,9 milhões eram estudantes, sendo 91,6% deles da rede pública de ensino. O principal motivo para a ausência de telefone nesse nicho da população também foi financeiro, 40% dos estudantes do ensino público sem celular disseram que o aparelho telefônico era caro, e outros 4,7% relataram que o serviço era caro. Durante a pandemia, aumentou o número de domicílios particulares permanentes no País, de 71,12 milhões em 2019 para 72,9 milhões em 2021, mas diminuiu a proporção deles com televisão, de 96,2% para 95,5%. O total de lares sem televisão aumentou de 2,7 milhões em 2019 para 3,2 milhões em 2021. O número de domicílios cresce mais rápido que o número de domicílios com televisão. Na passagem de 2019 para 2021, o número de domicílios com televisão de tela fina subiu de 55,9 milhões para 61,4 milhões, enquanto o total com televisão de tubo diminuiu de 17,6 milhões para 11,0 milhões.

A proporção de lares apenas com televisão de tela fina cresceu de 74,3% em 2019 para 84,2% em 2021, e a fatia que possuía somente televisão de tubo caiu de 18,3% para 11,9%. A proporção com ambos os tipos de televisão teve redução de 7,4% para 3,9%. Embora venha melhorando o acesso da população a aparelhos de TV mais modernos, antenas ou conversores para recebimento do serviço digital, ainda havia 1,539 milhão de famílias no ano passado sem alternativa à televisão analógica aberta, sendo 80,6% delas em área urbana, o equivalente a 1,2 milhão de domicílios. O processo de implantação do sinal digital para acesso aos canais de televisão aberta em substituição ao analógico, transmitido por antenas terrestres, ainda estava em andamento em 2021.

Quando a transmissão do sinal analógico for inteiramente desligada, as televisões sem conversor para receber o sinal digital não terão acesso direto aos canais de televisão aberta, a não ser por meio de televisão por assinatura ou antena parabólica. Em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, o IBGE não coletou informações na Pnad Contínua sobre acesso à internet, televisão e posse de telefone celular. Por questões sanitárias, a coleta da pesquisa passou de presencial a remota, feita por telefone, forçando um enxugamento do questionário para que contemplasse somente os temas do núcleo básico da pesquisa, justificou o instituto. Por este motivo, a série histórica sobre as informações de televisão e internet, iniciada em 2016, foi interrompida em 2020, e as análises sobre os resultados de 2021 têm como base de comparação o ano de 2019, no pré-pandemia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.