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16/Set/2022

China e Rússia fortalecem aliança contra Ocidente

O presidente da China, Xi Jinping, chegou na quarta-feira (14/09), ao Uzbequistão, onde se reunirá com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Os dois devem discutir a “parceria sem limites” acertada por eles em fevereiro. O motivo da viagem é uma cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), um bloco criado pela China, em 2001, que reúne Rússia e países da Ásia Central. A reunião ocorre no momento em que os dois presidentes enfrentam desafios domésticos. Xi Jinping tenta fortalecer sua imagem na busca por um terceiro mandato, no congresso do partido, em novembro, em meio à desaceleração econômica causada pelos rigorosos lockdowns para conter a Covid-19. Putin está cada vez mais atolado na Ucrânia, suas tropas vêm batendo em retirada em algumas partes do país, criando um crescente descontentamento interno com a guerra.

Xi e Putin têm um inimigo comum: os Estados Unidos e seus aliados Ocidentais. Por isso, um eixo Moscou-Pequim faz sentido do ponto de vista diplomático. No entanto, um apoio ainda maior da China à Rússia parece improvável, segundo a Universidade de Oxford. Ele quer demonstrar apoio, mas a invasão da Ucrânia está ficando embaraçosa demais. O Carnegie Endowment for International Peace diz que a China vem tentando se aproximar dos países da Ásia Central, muitos dos quais fizeram parte da União Soviética e se sentiram ameaçados pela Rússia após a invasão da Ucrânia. Por isso, o dilema de Xi Jinping é apoiar Vladimir Putin, mas não a ponto de afastar os países da Ásia Central. Além disso, não faz muito sentido aumentar o apoio ainda mais no momento em que a Rússia bate em retirada na Ucrânia. As derrotas na Ucrânia e as sanções Ocidentais tornaram o apoio chinês ainda mais importante para a Rússia.

A China se transformou no grande comprador de commodities russas, o que ajuda a reabastecer os cofres da Rússia. Segundo o Centro Stimson, por mais que Xi queira ajudar Putin, fornecer ajuda adicional, seja econômica ou militar, aumenta o risco de conflito com as sanções Ocidentais e põe em perigo a economia chinesa. A China continuará a se alinhar com a Rússia, o que decorre do atual estado das relações com os Estados Unidos. Além disso, para a China, a Rússia é um parceiro fundamental quando se trata de neutralizar a influência norte-americana no cenário internacional. Mas, a Rússia enfraquecida pela guerra não é uma má notícia para a China, que ficará mais dominante na relação bilateral. No entanto, China e Rússia continuam sendo rivais em alguns temas, como a disputa por influência na Ásia Central. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.