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15/Set/2022

Dólar cai em sessão marcada por cautela e ajustes

Após avançar 1,77% na terça-feira (13/09), na esteira da liquidação de ativos de risco provocada pelo susto com a inflação ao consumidor nos Estados Unidos em agosto, o dólar apresentou oscilações modestas na sessão desta quarta-feira (14/09). Com variação de apenas R$ 0,04 entre a mínima (R$ 5,15) e a máxima (R$ 5,19), a divisa encerrou cotada a R$ 5,17, em baixa de 0,18%. Na semana, apresenta valorização de 0,59%. O pregão foi marcado por cautela e ajustes finos de posições. A falta de apetite por negócios se refletiu no giro reduzido do contrato futuro de dólar para outubro, de menos de US$ 10 bilhões. Sem surpresas com o índice de inflação ao produtor (PPI) dos Estados Unidos em agosto, não houve mudanças relevantes na perspectiva para o ritmo e a magnitude da alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), principal norteador do comportamento do dólar tanto no exterior quanto no mercado doméstico, uma vez que a corrida eleitoral tem sido deixada em segundo plano.

Continuam majoritárias as expectativas de que o Fed vai anunciar uma alta de 75 pontos-base na taxa básica, hoje na faixa entre 2,25% e 2,50% no dia 21de setembro. Uma ala do mercado aventa a possibilidade de elevação de 100 pontos-base, dada a resistência e a disseminação da inflação. Os ativos parecem já terem incorporado a possibilidade Fed Funds acima de 4% no fim deste ano. O PPI dos Estados Unidos caiu 0,1% em agosto ante julho, em linha com o esperado. O núcleo do índice, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,4%, acima do das expectativas (0,3%), mas sem provocar abalo no mercado. No acumulado de 12 meses encerrados no mês passado, o PPI saltou 8,7%, enquanto o núcleo subiu 5,6%. Segundo a corretora Ourominas, o mercado está bem mais tranquilo. O PPI saiu dentro das expectativas e o dólar caiu um pouco no exterior. A taxa de câmbio deve seguir com suporte em R$ 5,10 e resistência em R$ 5,21, no compasso de espera pelo Fed. No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes) trabalhou em leve baixa, mas se manteve em níveis elevados, acima da linha dos 109,000 pontos.

O euro apresentou leve alta enquanto o iene subiu mais de 1% em meio à possibilidade de que o Bando do Japão (BoJ) possa intervir para dar sustentação à sua moeda. O dólar caiu na comparação com a maioria de divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Em relação a pares latino-americanos do Real, subiu ante o peso chileno e recuou na comparação com o peso mexicano. Para a JF Trust, a perspectiva é de um dólar mais forte globalmente, o que vai respingar nas moedas emergentes. A tese de que a inflação norte-americana teria feito pico no segundo trimestre caiu por terra com a divulgação do CPI de agosto. O que se avizinha é um aperto monetário mais forte nos Estados Unidos, com alta de juros e redução mais rápida do balanço patrimonial do Fed, que vai ter que priorizar o aperto monetário porque a inflação está alta e disseminada. O resultado vai ser um dólar mais forte e resultados piores das companhias abertas norte-americanas, o que vai provocar correção nos mercados acionários. Deve haver redução de fluxo de recursos para emergentes.

Como a piora do ambiente para ativos de risco e a alta global do dólar tendem a manter o Real na berlinda, haverá menos espaço para que o Banco Central brasileiro reduza os juros ao longo de 2023. Aumentou a percepção de que o juro brasileiro vai ter que ficar na casa de dois dígitos no ano que vem. O Banco Central teria até que dar alta adicional de 0,25% neste mês para reforçar a sinalização de que vai defender sua moeda e porque as expectativas de inflação ainda estão acima da meta. Dados do fluxo cambial divulgados nesta quarta-feira (14/09) pelo Banco Central mostram que falta de apetite dos estrangeiros por ativos locais. Até o dia 9 de setembro, o fluxo foi negativo em US$ 2,259 bilhões, resultado da saída de US$ 2,619 bilhões pelo canal financeiro e entrada de apenas US$ 360 milhões via comércio exterior no período. Na semana passada (de 5 a 9 de setembro), o fluxo total foi negativo em US$ 2,680 bilhões, com saída tanto no canal financeiro (US$ 1,725 bilhão) quanto no comercial (US$ 955 milhões). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.