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13/Set/2022

Dólar sofre recuo pela segunda sessão consecutiva

O dólar abriu a semana em queda firme, abaixo da linha de R$ 5,10, em meio à continuidade do movimento de enfraquecimento global da moeda norte-americana e de valorização dos ativos de risco iniciado na sexta-feira (09/09). Operadores relataram ao longo da sessão fluxo de recursos estrangeiros para a bolsa doméstica e desmonte de posições defensivas no mercado futuro de câmbio. Com a agenda de indicadores esvaziada, investidores operaram à espera da divulgação, nesta terça-feira (13/09), do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos em agosto para balizar as apostas sobre o ritmo e magnitude da alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). A tese que embala a recuperação dos mercados de risco é a de que a inflação norte-americana já atingiu seu pico e começará a dar sinais claros de arrefecimento.

Isso facilitará o trabalho do Fed no controle das expectativas e abrirá caminho para um 'soft landing' da economia dos Estados Unidos. A perspectiva de alta dos Fed Funds em 75 pontos-base no dia 21 de setembro já parece bem assimilada. As estimativas apontam para um recuo de 0,1% do CPI em agosto, com alta de 8% na comparação anual. Caso a estimativa se confirme, será a primeira deflação mensal do indicador desde maio de 2020. Pesquisa da distrital do Federal Reserve em Nova York, divulgada nesta segunda-feira (12/09), mostrou que a mediana das expectativas para o avanço dos preços daqui a um ano caiu de 6,2% em julho a 5,7% em agosto. No horizonte de três anos, a queda foi de 3,2% a 2,8%. No Brasil, após uma queda até certo ponto contida nesta segunda-feira 912/09), o dólar aprofundou a baixa e tocou mínima a R$ 5,08 (-1,23%).

No fim da sessão, o dólar era cotado a R$ 5,09, recuo de 0,98%, o que fez o Real ter uma das melhores performances entre moedas pares latino-americanas e de exportadores de commodities. Após as perdas nos três últimos pregões, o dólar passou a acumular queda de 2% no mercado doméstico em setembro. Para a Venice Investimentos, o dólar devolveu os ganhos da semana passada. Ainda há fundamento para um Real mais apreciado no curto prazo, com o dólar talvez testando novamente os R$ 5,05. Analistas também ressaltam que houve uma rodada muito forte de apreciação global da moeda norte-americana nas semanas anteriores, tanto pela busca por segurança quanto pela fraqueza de pares fortes, como o euro e o iene.

A mudança de discurso do Banco Central Europeu (BCE), que elevou a taxa da zona do euro em 75 pontos-base na semana passada e prometeu novas altas, diminuiu o desalinhamento entre as políticas monetárias europeia e norte-americana, contribuindo para um movimento de realização da divisa dos Estados Unidos. Termômetro desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, com predomínio do euro, o índice DXY, que havia superado os 110,000 pontos na semana passada, atingindo o maior patamar em 20 anos, agora opera pouco acima da linha dos 108,000 pontos. Entre as commodities, as cotações do petróleo apresentaram recuperação nesta segunda-feira (12/09), com o tipo Brent para novembro, referência para a Petrobras, em alta de 1,25%, a US$ 94,00 por barril. Não houve negócios com minério de ferro em razão do feriado lunar chinês. Segundo a Frente Corretora, a perspectiva é de que a inflação pode desacelerar nos Estados Unidos.

As cadeias produtivas e de suprimentos, que provocaram escassez de produtos, estão se normalizando. E o petróleo, um dos grandes responsáveis pela aceleração da inflação, não está mais tão pressionado. Assim, o Fed poderia reduzir o ritmo de alta da taxa básica para 50 pontos-base já neste mês. O BTG Pactual afirmou que o Real não deve perder valor ante o dólar no próximo ano, uma vez que, mesmo com a alta dos juros nos países de menor risco, o diferencial das taxas que remuneram o investidor no Brasil seguirá elevado. Se o Federal Reserve dá sinal de que não vai cortar os juros tão cedo, o Banco Central (BC) tampouco indica que vai fazer diferente. O diferencial de juros é grande e não se espera desvalorização do Real no ano que vem. Os mais cautelosos esperam taxa de câmbio relativamente constante. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.