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13/Set/2022

Preços dos alimentos continuam subindo no Brasil

A segunda variação mensal negativa, desta vez de -0,36%, fez a inflação acumulada em 12 meses até agosto ficar em 8,73%. É a primeira vez, desde setembro do ano passado, que a inflação anualizada medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fica abaixo de dois dígitos. Até julho, quando a variação foi de -0,68%, o acumulado de 12 meses alcançava 10,07%. É uma boa indicação de alívio das pressões observadas até junho, o que tem provocado a redução gradual das projeções para a variação do IPCA em 2022. O presidente Jair Bolsonaro, que busca a reeleição, tem motivos para comemorar. A queda gradual da inflação vem acompanhada da melhora contínua das projeções para o desempenho da economia no ano. Mesmo sendo benéfica para todos, a redução não afeta igualmente todos os brasileiros. Os que têm carro próprio estão entre os que, como o governo, podem festejar o momento. A gasolina ficou 11,64% mais barata no mês passado.

Com a redução também dos preços do gás veicular e do óleo diesel, os gastos com o grupo transportes, um dos nove que compõem o IPCA, tiveram redução de 3,37% em agosto. Esses gastos já tinham diminuído 4,51% em julho. Se dependesse apenas do grupo transportes, o IPCA teria caído 0,72% em agosto. Mas, os brasileiros de menor renda não têm muito a comemorar. A variação do preço da gasolina pouco afeta seu orçamento. Em sua maioria, esses brasileiros utilizam transporte público. É impressionante que, embora os combustíveis para veículos tenham ficado 7,11% mais baratos em 12 meses até agosto, o preço do transporte público tenha subido 16,42%, de acordo com o IBGE. Não apenas o transporte passou a onerar mais as famílias de renda menor. Comer também ficou mais caro. Houve, reconheça-se, desaceleração na alta dos preços dos alimentos nos últimos meses. Em julho, o aumento médio tinha sido de 1,30%; em agosto, caiu para 0,24%.

Mas, no acumulado de 12 meses, o custo da alimentação subiu 13,43%, bem mais do que a variação do IPCA no período. Alimentação pesa proporcionalmente mais nos orçamentos dos mais pobres. Para os objetivos político-eleitorais do governo, os únicos que o fazem agir, os resultados são estupendos. Deu certo a pressão sobre a Petrobras, para reduzir os preços nas refinarias, e sobre os governadores, para o corte dos tributos estaduais sobre combustíveis. O governo teve ainda a ajuda da queda da cotação internacional do petróleo. Ainda assim, a inflação preocupa os condutores da política monetária, baseada em metas inflacionárias. Mesmo a melhor projeção para a alta do IPCA neste ano, de 6%, está muito acima da meta de 3,5%, com tolerância de 1,5%. Apesar da deflação, sete dos nove grupos que compõem o IPCA registraram alta em agosto. E a desaceleração do preço dos alimentos pode ser sazonal. Por isso, não há razões para aliviar a política monetária, como realisticamente advertiu o Banco Central. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.