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06/Set/2022

Grãos: boas perspectivas para produção na Bahia

Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), mesmo com os desafios relacionados ao aumento do custo de produção, especialmente de insumos agrícolas, a Bahia deve colher uma produção recorde na safra 2022/2023 com leve aumento de área. Houve recorde de produção e produtividade na safra 2021/2022, favorecida por chuvas estáveis, com aumento expressivo em feijão e consolidação da soja. Para a temporada 2022/2023, deve haver crescimento de área relativamente pequeno, mas a produtividade pode avançar. Assim, haverá continuidade de aumento de produção de grãos com expectativa de bater o recorde da safra 2021/2022 no Estado. Na temporada 2021/2022, o Estado colheu 11,82 milhões de toneladas de grãos e algodão em área de 3,53 milhões de hectares, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A Faeb vê pequeno incremento de área, mas ainda não é possível mensurar quanto será a expansão, porque os produtores tendem a tomar a decisão final em meio às condições climáticas durante o plantio. A projeção é de manutenção à pequena variação positiva na área cultivada com soja, incremento nas lavouras de algodão, estabilidade na área plantada de feijão e aumento significativo na área semeada de milho. O milho tem tido um crescimento bastante consistente no Estado. Para 2022/2023, a previsão é de crescimento expressivo da área plantada e da produção. O aumento das lavouras de milho deve ser impulsionado pelo cultivo nas áreas norte e sul do Estado, que não são tão tradicionais na produção de grãos como o oeste da Bahia (principal região produtora de grãos do Estado). A região norte, divisa da Bahia com Sergipe e Alagoas, também tem ocupado espaço na produção de grãos e buscado crescer na produção do cereal.

No sul, região focada em pecuária de corte e próxima da bacia leiteira mineira, também há experimentos com milho e soja em área significativa e produção voltada à alimentação animal. Assim, são pelo menos duas novas regiões para cultivo do cereal no Estado. A expansão de área plantada com grãos na Bahia poderia ser ainda maior caso não houvesse o forte aumento, de 45% a 50%, do custo de produção dos grãos. O preço de alguns adubos, por exemplo, triplicou, enquanto a valorização das commodities não acompanhou o mesmo ritmo dos custos. É positivo o fato de que não haverá falta de insumos, mas, de certa forma, o aumento do custo vai limitar o crescimento da área. Sobre os fertilizantes, em especial, haverá redução em média de 10% no volume utilizado para adubação das lavouras da Bahia na próxima safra.

O produtor vai fazer análise de solo para avaliar o quanto possui de poupança de fertilizante no solo, o quanto poderá reduzir de insumo sem prejudicar a produtividade. A perspectiva é de que os produtores mantenham na maior parte o investimento em insumos, apesar da intenção de redução em média de 10% no consumo de fertilizantes, mas os aportes quanto à renovação da frota de máquinas e equipamentos e à armazenagem tendem a ser postergados. As taxas de juros de dois dígitos desafiam o setor produtivo. Os juros, até mesmo os praticados no Plano Safra 2022/2023, frearam a diversificação dos produtores em culturas, a abertura de novas áreas, a aquisição de máquinas agrícolas e a estruturação de armazéns. Os produtores tendem a enxugar o que podem em investimento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.