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05/Set/2022

Dólar recua após três sessões consecutivas de alta

Após três sessões consecutivas de alta, em que acumulou valorização de 4,07%, o dólar recuou mais de 1% no pregão de sexta-feira (02/09) e voltou a fechar abaixo de R$ 5,20. O mercado doméstico refletiu a baixa da moeda norte-americana em relação a divisas emergentes e o tombo das taxas dos Treasuries, após a leitura do relatório de emprego (payroll) dos Estados Unidos em agosto abrir a porta para uma moderação da alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O payroll mostrou criação de 315 mil vagas de trabalho em agosto, bem abaixo de julho (revisado de 528 mil para 526 mil vagas). Houve aumento da taxa de desemprego, de 3,5% para 3,7%, e arrefecimento do ritmo de alta do salário médio (0,31% ante expectativa de 0,40%), dois indicadores que podem sugerir menos pressões inflacionárias à frente. Em reposta, o mercado tratou de aparar um pouco as apostas em alta de 75 pontos-base da taxa básica norte-americana neste mês.

Termômetro do desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY chegou a se situar abaixo dos 109,000. No fim do dia, contudo, já reduzia as perdas e operava na casa dos 109,500 pontos. A moeda europeia se recuperou na esteira da perspectiva de que o Banco Central Europeu (BCE) tenha que ser mais agressivo no ajuste da política monetária. O índice de preços ao produtor (PPI) na zona do euro subiu 37,9% em julho (alta anual), acima do esperado (37%). A tentativa de reação do dólar frente a pares fortes não abalou as moedas emergentes e de países exportadores de commodities, que seguiram em alta firme, com destaque para as três principais divisas latino-americanas (peso mexicano, chileno e Real). A moedas da região são beneficiadas pela descida dos retornos dos Treasuries. A taxa da T-note de 2 anos, que abrange as apostas para os próximos passos do Fed, caiu cerca de 3%, passando a operar na casa de 3,40%, depois de ter superado 3,50% no dia 1º de setembro.

No Brasil, o dólar trabalhou em queda desde a abertura e chegou a romper pontualmente a linha R$ 5,16, ao registrar mínima a R$ 5,15 (-1,52). No fim da sessão, a divisa reduziu o ritmo de queda e fechou cotada a R$ 5,18, em baixa de 1,02%. Apesar do refresco, o dólar encerra a semana em alta de 2,10%. No ano, as perdas são de 7,01%. Segundo a Venice, a semana passada foi pesada com pressão da questão dos juros nos Estados Unidos, lockdowns na China e a questão técnica da formação da Ptax de agosto. Mas, os fundamentos brasileiros sustentam a perspectiva de um dólar mais baixo, na casa de R$ 5,10 ou R$ 5,15. Ressalta-se o diferencial de juros ainda elevado e o resultado expressivo do PIB no segundo trimestre. O Brasil está crescendo na contramão do mundo e com a inflação sendo controlada. O Banco Ourinvest atribuiu o alívio na cotação do dólar no Brasil sobretudo ao ambiente externo, na esteira da divulgação do payroll.

O mercado entendeu que o Fed poderá ser menos agressivo com o aumento dos juros, embora a inflação siga incomodando. Isso está ajudando o dólar a cair no País. Monitoramento do CME Group mostra que a chance de alta dos juros em 75 pontos-base no dia 21 de setembro caiu de 75% na quinta-feira (1º/09) para 56% na sexta-feira (02/09), sob impacto do payroll. As atenções se voltam agora a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos em agosto, no dia 13 de setembro. O Bradesco prevê que o Fed desacelere o ritmo do aperto monetário e eleve os Fed Funds em 50 pontos-base. Contudo, o tom do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, "deixa a porta aberta" para outra alta de 75 pontos-base, dependendo da evolução dos dados. De toda forma, qualquer que seja a decisão, o Fed dificilmente mudará a sua postura até que a inflação dê sinais claros de arrefecimento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.