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05/Set/2022

Brasil: MME não irá determinar a cor do Hidrogênio

O Ministério de Minas e Energia (MME) afirmou que os técnicos da pasta não vão necessariamente orientar a matriz de hidrogênio do País para o combustível do tipo verde, aquele originado da eletrólise feita a partir de energia elétrica de origem renovável. É uma indicação de que outras formas de obtenção de hidrogênio estão na mira do governo, mesmo com alguma pegada de carbono. A abordagem sobre hidrogênio não tem trancamento tecnológico. O MME não quer escolher ex ante qual vai ser a cor do hidrogênio. O País tem um caminho, empresas e indústrias têm que fazer uma transição tecnológica. Eventualmente faz mais sentido começar por um hidrogênio que tenha pegada de carbono e migrar para outro com menor pegada.

Essa opção mais “agnóstica” pelo tipo de hidrogênio é válida também porque o uso do hidrogênio, como combustível, não discrimina a tecnologia pela qual foi produzido. O Brasil é um forte candidato à exportação de hidrogênio verde, mas não deve discriminar outras fontes, as quais fazem parte do caminho para se chegar ao hidrogênio de baixo carbono. Essa posição do governo marca uma diferença entre a estratégia brasileira e a de outros países europeus ou o Chile. O Chile já condicionou a produção de hidrogênio à geração eólica e solar, mais limpas portanto. O grande foco do Chile é descarbonizar a indústria de mineração a partir do hidrogênio necessariamente verde. Outros países listam fontes fósseis de forma genérica em seus planos de hidrogênio e outros especificam a aplicação do gás natural. Este pode ser o caso do Brasil, ainda que o governo trabalhe com a tese da transição para um hidrogênio mais limpo.

Países que têm características mais parecidas com o Brasil em território, em clima, e recursos mais diversificados, apostam em diversas rotas para a transição energética. Então, a narrativa do MME para hidrogênio é muito aderente à realidade nacional. A preparação do Plano Nacional de Hidrogênio, instituído há um mês pelo governo federal sob o guarda-chuva do MME teve calendário revisado. Em vez de promover consulta pública e aprovar os primeiros planos anual e trienal em dezembro, este mês será reservado para o início da consulta pública, com a aprovação definitiva dos documentos somente no início do ano que vem. A ideia é dar maior maturidade para a formulação da estratégia a ser apresentada publicamente dentro do MME. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.