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02/Set/2022

PIB da Agropecuária: setor está otimista para 2022

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê um crescimento da ordem de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2022, sustentado em boa medida pela maior produção de milho e de trigo no segundo semestre do ano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB da agropecuária subiu 0,5% no segundo trimestre de 2022 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2021, recuou 2,5%. No primeiro trimestre, o PIB do setor caiu 0,9% ante o quarto trimestre de 2021 e recuou 8% em relação ao primeiro trimestre de 2021. Já o PIB brasileiro registrou alta de 1,2% no segundo trimestre de 2022 ante o primeiro trimestre deste ano e avanço de 3,2% na comparação com igual período de 2022. Para o PIB da agropecuária, a entidade estima para 2022 uma alta um pouco acima do mercado, de 3,3%. Mas, deve rever esse crescimento um pouco para baixo, para 2,8% mais ou menos.

O recuo de 2,5% do PIB da agropecuária ante o segundo trimestre do ano passado se deu principalmente pelas menores produção de soja e arroz na Região Sul do Brasil e de soja em Mato Grosso do Sul. A safra colhida em 2021 teve um atraso, mas ainda assim foi muito boa, tanto para a soja quanto para o arroz; a produção de soja foi recorde e a de arroz, uma das maiores da história. Em 2022, porém, houve problemas climáticos na Região Sul do Brasil e em Mato Grosso do Sul. Para o terceiro trimestre, cujos resultados devem ser divulgados em dezembro, há expectativa de que a colheita de uma grande segunda safra de milho contribua para o crescimento do PIB da agropecuária no período, tendo em vista que em 2021 houve quebra da produção. No quarto trimestre do ano, espera-se que os preços remuneradores do trigo, sustentados pela guerra na Ucrânia, levem a uma maior produção do cereal no Brasil, se o clima for favorável. Os produtores, dado o preço, estão se preparando para um plantio bem substancial de trigo.

As vendas de carnes, sustentadas pelo consumo das famílias e queda de desemprego, também devem contribuir para o PIB do setor. A alta de 1,2% do PIB nacional no segundo trimestre surpreendeu a CNA, que esperava um crescimento um pouco menor, assim como o mercado. Com isso, a entidade deve revisar para cima sua estimativa de crescimento de 2,1% do PIB brasileiro em 2022, para perto de 2,3%, considerando um incremento do PIB no terceiro trimestre e estabilidade no quarto trimestre. O consumo das famílias é o principal ponto que puxa esse crescimento, por conta de auxílios associados à queda de desemprego, e deve ser positivo também no terceiro trimestre, com a inflação avançando menos. Para a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária no segundo trimestre de 2022 foi reflexo do momento sazonal e deve passar por recuperação nos próximos meses. O indicador caiu 2,5% no período ante o igual período de 2021.

É o momento sazonal, não se deve olhar para esses 2,5% como se fosse uma tendência. Nos próximos trimestres, o PIB deve crescer. No acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB agro foi negativo em 5,5%. O resultado é uma resposta aos problemas climáticos dos dois últimos anos e às questões de inflação e logística decorrentes da geopolítica global. Embora as tensões nos mercados internacionais permaneçam, especialmente com o cenário de guerra na Ucrânia sem alteração, o temor de desabastecimento de fertilizantes está resolvido para o Brasil. O "fator clima" também tende a compensar os problemas geopolíticos. O fenômeno climático La Niña será mais fraco nos próximos meses, a chuva surpreendeu em agosto e a primavera deve trazer chuva em outubro. Apesar de não ter estimativas para os próximos trimestres, a entidade avalia que o milho está mostrando uma 2ª safra de 2022 muito boa e com preços altos, apesar de um eventual aumento de custo, o que pode puxar as estimativas. A perspectiva é de recorde de safra o Brasil. Houve aumento de compra de insumos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.