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01/Set/2022

Dólar sobe e emenda segundo pregão de alta firme

O dólar emendou o segundo pregão de alta firme nesta quarta-feira (31/08) e fechou em R$ 5,20, em sessão marcada pela disputa em torno da formação da última taxa Ptax de agosto, que vai servir para liquidação de contratos derivativos, e pela rolagem de posições no mercado futuro. Os "comprados" (que ganham com a alta do dólar) se beneficiaram do mau humor externo, com tombo das commodities, como minério de ferro e petróleo, e nova rodada de perdas de divisas emergentes, em meio à perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos e na Europa. Em alta desde a abertura dos negócios, o dólar superou a barreira de R$ 5,20 e tocou R$ 5,21, diante da piora do Ibovespa e das Bolsas em Nova York. No fim da sessão, o dólar fechou a R$ 5,20, avanço de 1,73%.

Depois de esboçar romper o piso de R$ 5,00 na segunda-feira (29/08), quando fechou a R$ 5,03, o dólar subiu com força na terça-feira (30/08) e nesta quarta-feira (31/08), passando a acumular ganho de 2,43% na semana. Com isso, encerrou agosto em leve alta, de 0,53%. No acumulado do ano, a divisa acumula perdas de 6,71%. O giro com o contrato de dólar futuro para outubro, que passa a ser o mais líquido, foi expressivo, superando US$ 20 bilhões, em razão da rolagem de posições. Os negócios no mercado de câmbio doméstico refletem muito mais o vaivém das apostas para o ritmo de alta de juros nos países desenvolvidos que eventual temor fiscal diante das promessas de expansão de benefícios sociais que tomam conta da corrida presidencial. A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) na zona do euro atingiu 9,1% em agosto, novo recorde histórico e acima das expectativas de analistas, de 8,9%, reforçando a aposta de que o Banco Central Europeu (BCE) pode acelerar o ritmo de alta de juros.

Nos Estados Unidos, o relatório ADP, de emprego do setor privado, mostrou criação de 132 mil vagas, menos da metade da previsão dos analistas (300 mil). Mesmo assim, a aposta em nova elevação dos Fed Funds em 75 pontos-base neste mês segue majoritária. Ainda ecoam no mercado o discurso duro do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole na semana passada, reforçado por declarações de diretores do Fed nesta semana. A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, afirmou que é cedo para concluir que a inflação nos Estados Unidos atingiu o pico. Mester afirmou que o Fed terá que levar os juros até um pouco mais de 4% até o começo de 2023. Ela afirmou que não prevê que o Fed cortará os juros no próximo ano. Segundo a Veedha Investimentos, desde o desfecho do simpósio de Jackson Hole, o mercado está um pouco mais preocupado com a magnitude da elevação dos juros nos Estados Unidos.

Isso não mudou mesmo com a decepção do ADP de agosto. O clima externo é de aversão ao risco, com preocupações também com a inflação na Europa. Além disso, teve a disputa pela formação da Ptax. No exterior, o índice DXY (que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes) apresentou leve queda, sobretudo por conta da recuperação do euro, mas ainda permanece em níveis elevados, na casa dos 108,700 pontos. Os contratos futuros de petróleo caíram quase 3%, com o tipo Brent para novembro, referência para Petrobras, cotado a US$ 95,64 por barril (-2,25%). Commodities metálicas, como minério de ferro e cobre, também recuaram. Além do aperto monetário nos países centrais, há preocupações com o ritmo de atividade na China, cujo PMI Industrial fechou agosto abaixo de 50, o que indica contração. As divisas emergentes caíram em bloco frente à moeda norte-americana, à exceção do peso mexicano.

O Real, que vinha apresentando melhor desempenho, desta vez amargou a piora desvalorização. Voltou a ter pressão nas moedas emergentes, principalmente o Real, que sofre mais por ser mais líquido. Para o Banco Ourinvest, o ponto mais importante é a expectativa de aumento de juros nos países desenvolvidos. A inflação na Europa veio bem acima do esperado. Nos últimos dias, os preços das commodities estão recuando, o que contribuiu para pressionar o Real. O Banco Central divulgou que o fluxo cambial em agosto, até o dia 26, foi negativo em 1,009 bilhão, com saída líquida de US$ 76 milhões pelo canal financeiro e de US$ 934 milhões via comércio exterior. No ano, até 26 de agosto, o fluxo cambial é positivo em US$ 19,959 bilhões, fruto de saída de US$ 9,751 bilhões do lado financeiro e entrada de US$ 29,711 bilhões no front comercial. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.